Faz 50 anos que a primeira máquina de xerox começou a ser vendida comercialmente. E, exatamente nesta terça-feira, 15, completam-se 45 anos que a marca veio para o Brasil.
Tiago Dória fez uma boa lembrança: a revista Atlantic diz que a Xerox 914, a primeira comercial, "foi uma das catalisadoras da era da informação". "Anos antes da popularização da internet, ela permita algumas coisas com as quais hoje estamos acostumados, como a personalização, desagregação e criação de conteúdo de forma simples e barata".
Xerox 914: a pioneira
A máquina ganhou até um perfil comemorativo no Twitter: @xerox914.
As máquinas de Xerox surgiram inicialmente para dar mais eficiência aos escritórios. Mas as questões que a reprodutibilidade barata traziam foram muito além da vida corporativa. A Xerox foi o berço de tecnologias como o protocolo de rede Ethernet, o LCD e o mouse.
Aqui no Brasil, o Xerox é considerado fundamental para a educação. Um estudo do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação (Gpopai-USP) constatou que um terço da bibliografia básica de dez cursos da USP estão esgotados. Para a maioria dos estudantes, a compra de todos os livros pedidos nos cursos comprometeria quase a renda familiar total.
Essas questões foram uma das pressões para a reforma da lei de direitos autorais, que regulará a reprodução de livros para fins educacionais. Não por acaso, Samuel Barrichello, coordenador-geral de regulação em Direitos Autorais do MinC, prevê que a reprografia será a "grande questão" da reforma da lei.
A Xerox completou 50 anos. Mas está longe de ficar ultrapassada - as discussões que levantou ainda renderão mudanças na forma como consumimos cultura.