
Pedro Doria
Sobre nossa conversa (Uma política de comentários)
20/01/2010 | 15h21
Por Fernando Nakagawa / Twitter @fnakagawa
Sim, cá este blog segue instável. Todos os blogs do Estadão sofrem do mesmo problema. A turma técnica está trabalhando duro para resolver tudo. Em nome do site, peço desculpas a todos.
Muito obrigado pelas boas vindas de todos. Isso aqui vai ser divertido.
Mas ao assunto principal:
Tenho um bom amigo, hoje responsável pelo site Pandorama, que questionou muitas vezes minha política de moderação no falecido Weblog. Ele achava que nem todo comentário devia ser publicado e que eu devia ser mais rigoroso nas intervenções. Sempre achei que ele estava errado.
Após seis meses sem blogar, mudei de ideia. Mas precisei de uma pausa para perceber isso.
Meus argumentos para liberar sempre todos os comentários passavam por um ideal de democracia: é preciso dar acesso a um número grande de vozes, nem sempre agradáveis. Às vezes, em comunidade, ouvimos o que não queremos. A isso se juntava a convicção de que duas décadas em comunidades eletrônicas serviram de lixa na pele e o couro aguenta pancada. E, bem cá entre nós, sempre achei que passaria a impressão de estar querendo calar certas vozes se decidisse cortar comentários aqui e ali.
Só que a impressão de democracia não é o mesmo que democracia.
Democracia mesmo é quando todos têm direito à voz e todos têm direito a ser ouvidos. Sob chuvas e trovoadas, uns impõem sua voz e outros se calam. Civilidade e democracia caminham juntas.
A internet facilita e dificulta a conversa simultaneamente. Facilita quando reúne em um mesmo espaço virtual gente de todos os cantos. Dificulta quando todos gritam ao mesmo tempo.
Direto ao ponto:
1. Se dois conversam, é preciso cordialidade.
2. Se, numa conversa, um parte do princípio de que o outro age de má-fé, a conversa é inútil. Pelo menos um dos lados não está disposto a ouvir.
3. No momento em que uma voz se eleva, o debate vira briga. Debate e briga têm objetivos distintos. Este não será um espaço de briga.
4. Quando a questão vira pessoal, com ofensas lançadas, não há mais conversa.
O objetivo é conversa e conversa pode ser debate. Discordar, duvidar, questionar – tudo vale. No momento em que o nível descer, sai. Talvez as caixas de comentários por aqui sejam mais magras do que as do falecido Weblog. Não há problema. O objetivo é que tenhamos caixas com boa conversa, não necessariamente com muita conversa. Cortesia, portanto, é fundamental.
Seguindo o padrão cá do Estadão, todo primeiro comentário de um usuário é retido. A partir de ter seu primeiro texto publicado, o acesso à caixa de comentários é livre.
Aí segue a regra do beisebol: three strikes and out. É como fazem no Guardian. Todo mundo tem o direito de acordar um dia mal. De repente dois. Os comentários malcriados serão apagados. No terceiro, o usuário será banido. Três chances e fora.
Esta, prometo, é a última mensagem administrativa. =)