A Nintendo divulgou nesse fim de semana um comunicado à imprensa pedindo desculpas por não conseguir incluir nem reconhecer relacionamentos homoafetivos em seu game "simulador de vida" Tomodachi Life, que será lançado nos EUA e na Europa em junho. Sucesso no Japão, Tomodachi Life permite a seus jogadores que façam compras, se relacionem e praticar esportes, a partir de avatares de seus usuários na rede Wii, os Miis.
Nos últimos dias, um jovem gay do Arizona e fã da Nintendo, Tye Marini, criou uma campanha nas redes sociais pedindo igualdade no game. "Quero poder fazer que o meu Mii se case com o Mii do meu noivo na vida real", disse ele. "Minhas únicas opções são mudar o sexo do meu Mii ou o do meu noivo, ou perder toda a parte divertida do jogo que vem após um casamento", acrescentou ele.
Em resposta à campanha de Marini, a Nintendo disse que "infelizmente, não era possível mudar o design desse game, e uma mudança tão grande no desenvolvimento não poderia ser resolvida por um patch posterior". A empresa prometeu ainda criar uma versão mais "inclusiva" de Tomodachi Life no futuro. Para o criador da campanha, a resposta da empresa não foi homofóbica. "Acho que a exclusão dos relacionamentos homoafetivos foi apenas uma infeliz falta de visão", disse ele.
Para analistas, um dos problemas da Nintendo foi o fato de que no Japão o casamento gay ainda não é legalizado , bem como em muitos países, uma questão complicada quando se tenta fazer um jogo para todo o mundo. Entretanto, games como "The Sims", da Electronics Arts, e "The Elder Scrolls", da Bethesda, já permitiram a seus jogadores flertar, se casar e ter filhos com personagens do mesmo sexo.