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Quem joga, sabe

'Sombras de Mordor' mostra que ainda é possível inovar

Jogo baseado em universo de 'O Senhor dos Anéis' e 'O Hobbit', de J.R.R Tolkien, é forte por gráficos e sistema de batalha que promete inspirar mais games

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Por Luiz Fernando Toledo
Atualização:

Luiz Fernando Toledo

 Foto: Estadão

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Os trailers de Terra Média: Sombras de Mordor (PS4, PC, PS3, Xbox 360 e Xbox One), game com um enredo paralelo ao de Hobbit e O Senhor dos Anéis, fizeram com que muitos acreditassem que o jogo chegaria para ocupar mais um espaço como espancador de botões para as novas plataformas. Embora se distanciasse de outros jogos inspirados na série de livros e filmes, tinha tudo para ser um Assassin's Creed que substituiu igrejas por montanhas e templários por orcs e uruks. Nada disso.

A história está praticamente desligada dos livros e não traz personagens carismáticos como Gandalf ou Frodo ao enredo principal. Desta vez você controlaráTalion, um humano que se torna cadáver logo nos primeiros minutos de jogo. Em um ataque da horda de Sauron, ele, mulher e filho morrem de uma vez.

 Foto: Estadão

Mas este game não terá zumbis (ninguém os aguenta mais, pelo menos não por enquanto). Assim que o sangue do herói é derramado, você descobrirá que ele foi "banido da morte" e que seu corpo foi dominado pelo fantasma de um elfo, Celebrimbor. A ideia aqui é partir para a vingança de seus assassinos - tanto os de nosso protagonista quanto os do espectro, morto em outra era.

Essa "ligação fantasmagórica" dá ao jogo a possibilidade de novas interações. Enquanto outros jogos da série flertaram pouco com o "além" (como se um universo como este criado por Tolkien já não fosse pouco fantasioso), este permite que você golpeie inimigos junto ao fantasma e adquira superpoderes, como pular de alturas gigantescas e explodir a cabeça de orcs.

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Novo sistema de batalha

 Foto: Estadão

Neste caminho da vingança, não faltará luta. O jogo conta com poucos momentos de furtividade e está quase totalmente focado nos confrontos. Aqui, o controle está muito semelhante ao de outros jogos, como Uncharted e Batman Arkham City. Golpes, contragolpes e finalizações. A diferença em Sombras de Mordor é que cada finalização valeria uma foto e um post no Instagram. São épicas!

Cabe destacar que a dificuldade dos embates é alta, principalmente quando há muita variedade de inimigos, já que cada um pede um tipo de comportamento. Como se a luta "mano a mano" não fosse suficiente, ainda é possível montar em Caragors (bestas que podem ser domadas) e até em gigantes.

E é nas batalhas que entra o novo sistema que poderá influenciar os próximos jogos que sairão. Assim como dito ao Que Mario? pelo próprio produtor do game, o chamado Nêmesis permite que um monstro que te matou fique mais forte e suba em uma hierarquia. Assim, da próxima vez que você o vir, ele reconhecerá que te matou, fará alguma referência faladaà batalha (algo como "seu covarde, fugiu da última vez") e estará mais poderoso. A cada morte, o monstro sobe um posto - podendo tornar-se capitão,por exemplo.

Isso muda tudo em um sistema de jogos offline, que dificilmente têm atrativos para uma segunda partida após o fim do enredo principal (nunca fui atraído pelos itens colecionáveis e coisas do gênero). É assim que uma série de jogadas erradas pode comprometer totalmente o andamento de toda a sua história, já que ficará cada vez mais difícil de derrotar um inimigo que, inicialmente, era apenas um NPC qualquer.

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Os gráficos são maravilhosos e talvez estejam, no momento, no posto de mais belos da nova geração. Pode parecer exagero, mas assisti ao filme (Hobbit) após uma partida e vi detalhes incrivelmente semelhantes nas montanhas, árvores e, por que não, na roupa dos personagens. Os Uruks estão extremamente bem feitos, não só por seus rostos, mas pelas vozes (com ótima dublagem em português, por sinal).Há ótima resposta aos comandos e as batalhas convencem bem na agilidade com que tudo rola na tela.

Outro destaque é o cenário gigantesco - uma Mordor habitada por inúmeros inimigos, repleta de missões espalhadas e histórias para avançar na missão principal. Assim como em Assassin's Creed ou mesmo em Watchdogs, há um mapa aberto para ser explorado. Você escolhe por qual missão começar e pode intercalar a história principal e aventuras secundárias. Como em outros jogos com mapas abertos, o primeiro momento pode ser confuso. Mas basta uma hora ou duas para se tornar um verdadeiro conhecedor de cada canto da Terra Média.

 Foto: Estadão

 Valeu a pena?

Quando se é fã de uma série, fica fácil gostar do jogo, mesmo quando este é fraco, como no caso dos inúmeros Harry Potter lançados no passado para todas as plataformas. Neste caso, não só não sou um fã assíduo dos filmes (apesar de ter acompanhado O Senhor dos Anéis) e dos livros, como jogar Sombras de Mordor (o melhor game de ação/aventura de 2014, segundo o Game Awards) foi o que me fez ir atrás da trilogia O Hobbit. Cada batalha ocorre de uma forma diferente, o visual é fantástico e, é claro,a novidade do sistema Nêmesis deverá influenciar os próximos games que virão.

 

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Terra Média: Sombras de MordorDesenvolvedora: Monolith ProductionsPublisher: Warner Bros.Preço: R$ 100 (PC) a R$ 200 (consoles)Plataformas: Windows, PS3, PS4, Xbox 360 e Xbox One

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