
Renato Cruz
A BrOi e o interesse do consumidor
26/04/2008 | 14h41
Por Renato Cruz
Ontem (25/4), foi anunciado o acordo para a compra da Brasil Telecom pela Oi (antiga Telemar), por R$ 5,86 bilhões. É fácil entender os benefícios da operação do ponto de vista das empresas, que vão desde o aumento da escala até o apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à operação.
Mas não ficou claro qual será o benefício para o consumidor, que poderia justificar a mudança na regulamentação necessária para o negócio ser concretizado.
As empresas pouco competem entre si, mas são competidoras em potencial. Uma tem licença de telefonia fixa na área da outra, apesar de só a usarem para atender a grandes clientes. É verdade que a concentração aumenta o poder da operadora frente a seus concorrentes. Mas, num cenário onde a competição é limitada, o que ocorre na prática é um fortalecimento da empresa frente a clientes, fornecedores e ao próprio regulador.
O principal argumento é que a BrOi será uma grande operadora nacional para competir na América Latina e na África. Isso poderia beneficiar os consumidores africanos e de outros países latino-americanos. Mas como ficam os brasileiros? O que justifica uma medida governamental que incentiva a concentração no lugar da competição?