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A crise e a indústria de informática

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Por Renato Cruz
Atualização:
 Foto: Estadão

Qual foi o impacto da crise no mercado de tecnologia da informação no ano passado? "Não houve nenhum impacto", garante o professor Fernando Meirelles (foto), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pela pesquisa anual sobre esse mercado, divulgada ontem (26/5). Segundo o estudo, o Brasil atingiu em maio uma base instalada de 60 milhões de microcomputadores, o que corresponde a uma máquina para três habitantes. Em maio de 2008, eram 50 milhões. "O vendedor de computadores não pode reclamar de 2008, e ainda não pode reclamar de 2009."

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Apesar disso, os fabricantes chegaram a reclamar já no fim do ano passado, queixando-se de queda nas vendas. "De fato, as vendas caíram, mas depois de uma grande expansão do mercado", diz Meirelles. Para este ano, a expectativa é de que a demanda menor nos primeiros meses do ano possa ser compensada pelos efeitos positivos da queda do câmbio até o fim do ano."O setor não vai encolher este ano", afirma o professor. "As empresas não têm escolha. Não podem optar pela 'desinformatização'."

A FGV prepara um estudo sobre os impactos da crise no mercado de informática este ano, a ser divulgado em breve. "Não temos visto cancelamento de investimento, mas apenas alguma demora para que eles aconteçam", aponta o professor Alberto Luiz Albertin, responsável pela pesquisa sobre comércio eletrônico, também divulgada ontem. "A empresa tem cada vez mais obrigações legais de se informatizar, como é o caso do Sped." As regras do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) exigem que as empresas digitalizem os livros contábeis.

No ano passado, foram vendidos 12,2 milhões de computadores no País, mais de 30 mil por dia, o que representa um avanço de 16% sobre 2007. O crescimento ficou abaixo da previsão para o ano divulgada com a pesquisa de 2007, que era de 28%. Em 2012, a base de computadores deve chegar a 100 milhões, o que representará um micro para cada dois habitantes.

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Na pesquisa, foram ouvidas 2 mil empresas médias e grandes. A Microsoft continua a dominar os mercados de sistema operacional para micros (com 97% de participação do Windows) e de pacotes de aplicativos (com 92% do MS Office). No servidor, o Windows tem 66% do mercado e o Linux, 20%. Nos sistemas de gestão de empresas, a líder é a brasileira Totvs, com 39%, seguida da alemã SAP (23%) e da americana Oracle (18%). Nos navegadores de internet, a Microsoft tem 91% e o Mozilla Firefox, 6%.

A pesquisa apontou ainda que 58,32% dos negócios feitos entre empresas no País são realizados eletronicamente. Já os negócios entre empresas e consumidores, a fatia é de 25,12%.

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