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A estratégia da Microsoft

Por Renato Cruz
Atualização:

Os principais produtos da Microsoft - o sistema operacional Windows e o pacote de aplicativos Office - são máquinas de fazer dinheiro. No último ano fiscal, encerrado em junho, a divisão Windows foi responsável por 27% do faturamento da empresa e por 45% dos lucros. A divisão Business, que inclui o Office, respondeu por 32% das receitas e por 52% dos ganhos.

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Essa situação, hoje muito confortável, é um desafio para o futuro. A Microsoft tem se esforçado para diversificar e para se adaptar à mudança do mercado. A computação está indo para a nuvem, e a empresa é uma das que mais investem em centros de dados para oferecer software como serviço.

O Bing é o segundo buscador mais usado do mundo. O Xbox 360 ocupou um lugar importante no mercado de videogames. O sistema operacional para celulares Windows Phone recebeu resenhas favoráveis, mas não conquistou uma fatia significativa do mercado. Diante dessa situação, a Microsoft fechou um acordo com a Nokia, maior fabricante de telefones móveis do mundo, e o primeiro aparelho do acordo será lançado até o fim do ano.

Os resultados da diversificação, no entanto, ainda são magros. A divisão de serviços online, que inclui o Bing, é deficitária. O francês Jean-Philippe Courtois, presidente da Microsoft International, esteve no Brasil há duas semanas, e falou sobre as perspectivas de crescimento da empresa.

"Visito o Brasil todo ano, como faço com poucos países do mundo", disse Courtois. "Não visito muitos lugares todo ano, pois meu trabalho engloba 115 países. O Brasil é um mercado estratégico para a Microsoft, está entre os 10 mais importantes. Olhando os principais indicadores, o Brasil é o terceiro mercado de PCs hoje, atrás somente dos Estados Unidos e da China."

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Recentemente, a Microsoft anunciou a fabricação local do videogame Xbox 360. A Flextronics, fabricante terceirizada, abriu uma unidade em Manaus para produzir o aparelho. Além do Brasil, o Xbox é produzido somente na China. "Este é o único país do mundo em que temos uma fábrica para o mercado local", disse o executivo. "Isso mostra como a Microsoft enxerga o potencial do Brasil."

A empresa planeja novos investimentos por aqui. "Em alguns meses, estaremos anunciando a criação no Brasil de um Centro de Tecnologia da Microsoft", disse Courtois. "São poucos no mundo. É um investimento de US$ 10 milhões. O centro é uma demonstração da nossa tecnologia mais avançada. Ele terá toneladas de equipamentos, tecnologias de nuvem e de interface natural, e vamos convidar muitos clientes a estudar, realizar provas de conceito e interagir com especialistas da Microsoft. É um grande investimento."

Os smartphones com o Windows Phone 7.5 começam a chegar ao mercado nas próximas semanas. "Atualmente, somos o azarão do mercado", disse o presidente da Microsoft International. "Uma coisa boa de começar de uma posição baixa é que a única direção que você pode ir é para cima."

Os dois principais jogadores do mercado de smartphones são hoje o iPhone, da Apple, e o Android, sistema operacional do Google, que está disponível nos aparelhos de diversos fabricantes. "Há muita competição, mas o mercado busca uma alternativa", afirmou Courtois. "De um lado, você tem o modelo da Apple, que é totalmente controlado, do início ao fim, que não funciona muito bem com as operadoras e algumas outras empresas. O Google, por outro lado, finge que o seu software é gratuito, mas a realidade é que é preciso pagar royalties para a Microsoft. Existe um problema de propriedade intelectual."

Segundo o executivo, a Microsoft conseguiu que fabricantes como a HTC e Samsung pagassem royalties à Microsoft por usar o sistema do Google. "Algumas das inovações centrais pertencem à Microsoft", afirmou. "Tudo isso envia um sinal de que o mercado procura a Microsoft, e cabe a nós aproveitar essa oportunidade de equilibrar melhor a competição."

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A oportunidade seria ainda maior em mercados de crescimento rápido, como o Brasil, onde a fatia dos smartphones no total de aparelhos ainda é pequena. "O Brasil é o sexto ou sétimo mercado de celulares, mas apenas 15%, indo para 20%, são smartphones", apontou Courtois.

Mais informações no Estado de hoje ("Como a Microsoft planeja crescer", p. N6).

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