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A explosão da internet móvel

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Por Renato Cruz
Atualização:

A internet móvel deve registrar um crescimento explosivo nos próximos anos. Um estudo da Cisco, fabricante de equipamentos de comunicação, apontou que o tráfego global de dados móveis vai aumentar, em média, 78% ao ano, chegando a 130 exabytes.

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Esse volume equivale a 33 bilhões de DVDS, ou 4,3 quatrilhões de canções no formato MP3, ou 814 quatrilhões de mensagens de texto de celular.

A Cisco prevê que, no fim deste ano, o total de equipamentos com conexão de internet móvel ultrapassará a população mundial e que, em 2016, haverá 1,4 aparelho por pessoa. Serão 10 bilhões de equipamentos, que incluem aparelhos de comunicação máquina a máquina, para um população de 7,3 bilhões.

No Brasil, o crescimento ficará um pouco acima da média mundial, com 79% ao ano, chegando a 3 exabytes em 2016. "Os tablets e smartphones são grandes impulsionadores desse crescimento", afirmou Rodrigo Dienstmann, diretor de operadoras da Cisco. "No Brasil, o que acelera esse movimento são as classes C, D e E, que começam a ter acesso à internet móvel."

Os serviços em nuvem, como os vídeos da Netflix e o próprio Facebook, e os aplicativos geram uma demanda muito maior de dados que a simples navegação na internet. O estudo apontou que um smartphone com 8 gigabytes de memória consome, por mês, 148 megabytes de informações com navegação na web e correio eletrônico.

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Incluindo aplicações como Facebook, Pandora (rádio online) e Netflix (vídeos sob demanda), esse volume de dados mais do que duplica, chegando a 353 megabytes. Em dois anos, esse usuário de telefone consome em vídeo e música mais que a capacidade de armazenamento do aparelho, segundo o relatório.

Rede

Mas como as redes das operadoras podem suportar esse tráfego? "O usuário de internet sem fio é menos móvel e mais itinerante", disse Dienstmann. "Ele usa seu smartphone em lugares como o trabalho e a faculdade. Nesse cenário, o Wi-Fi é uma tecnologia emergente."

As operadoras brasileiras têm investido, desde o ano passado, em ampliar sua cobertura Wi-Fi, a mesma tecnologia usada nas redes sem fio domésticas, como uma maneira de descongestionar a rede de telefonia celular.

"Neste ano, devemos ver uma multiplicação muito rápida do Wi-Fi", afirmou Dienstmann. É mais barato para a operadora ampliar a rede Wi-Fi do que a rede de telefonia móvel de terceira geração (3G).

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O governo brasileiro planeja vender ainda este ano licenças de celular de quarta geração (4G). Essas licenças devem servir para acomodar parte do aumento da demanda, mas não devem ser a principal resposta. "O 4G é mais eficiente que o 3G, mas ainda é muito mais caro que o Wi-Fi", explicou o diretor da Cisco. "O 4G deve ser mais uma atualização do 3G que uma substituição do Wi-Fi."

No ano passado, a Oi comprou a Vex, empresa de Wi-Fi. A Net e a TIM também anunciaram investimentos importantes na tecnologia.

"É o Wi-Fi quem vai viabilizar o vídeo móvel", disse Dienstmann. Todas as operadoras têm serviços de vídeo no celular, mas elas costumam não incentivar muito o seu uso para evitar problemas de congestionamento das redes.

Em 2016, o vídeo deve ser responsável por cerca de 71% do tráfego mundial de dados móveis, segundo a Cisco. No Brasil, o porcentual deve ser ainda maior, de 76% no ano.

No Estado de hoje ("Internet móvel deve crescer 78% ao ano", p. B14).

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