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A explosão do vídeo

Diante do crescimento do vídeo online, EUA aprovam proposta que acaba com neutralidade de rede

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Por Renato Cruz
Atualização:
 Foto: Estadão

A internet pode se tornar, em pouco tempo, bem diferente do que a conhecemos hoje. Na semana passada, a Federal Communications Commission (FCC), reguladora das comunicações nos Estados Unidos, aprovou uma proposta de regulamento que, na prática, acaba com o conceito de neutralidade de rede, que exige que todos os conteúdos sejam tratados da mesma forma na internet.

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As novas regras, que vão passar por consulta pública por lá, não permitem bloquear ou tornar mais lento o transporte de conteúdo. Ela possibilita, no entanto, que as empresas que, por exemplo, transmitem vídeo em tempo real paguem para ter uma "via rápida" na rede de cada operadora de telecomunicações. Isso pode fazer com que haja uma internet de serviços de alta qualidade, com companhias de conteúdo que podem pagar por isso, e outra de qualidade sofrível, para todos os outros. Esse cenário reforça a concentração de mercado de grandes empresas.

No Brasil, o Marco Civil da Internet, sancionado no mês passado, garante a neutralidade. Mas, como a lei ainda precisa ser regulamentada, sempre existe o risco de serem criadas exceções. Nos EUA, há quem argumente que a neutralidade não estaria sendo desrespeitada pelo novo regulamento, pois continuaria proibido bloquear ou prejudicar a qualidade de acesso a conteúdos. É necessária, no entanto, uma interpretação bem elástica do conceito para aceitar a neutralidade de rede como ainda válida sob as novas regras.

O problema é que vem ocorrendo uma explosão no volume de dados transportados pelas redes das operadoras, principalmente por causa do vídeo via internet. Diante disso, as teles buscam novas fontes de receita, que sustentem a necessidade de expansão da infraestrutura de comunicação de dados. Elas então voltam os olhos a empresas como o YouTube e Netflix, que transmitem vídeo em tempo real pelas suas redes e ganham dinheiro com publicidade ou assinaturas.

A difusão do vídeo via internet já chegou a um ponto que nos EUA existe uma classe de consumidores chamada de "cord cutters", cortadores de cabos, que cancelaram suas assinaturas de TV paga e vivem só de vídeos online. A Sandvine, fabricante de equipamentos de banda larga, divulgou recentemente um estudo em que mostrou que consumidores com esse perfil, que dependem só do vídeo via internet, consomem sete vezes mais capacidade de rede que a média.

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O "cord cutter" médio, na América do Norte, consome 212 gigabytes de dados por mês, segundo a Sandvine. O consumidor comum usa 29 gigabytes. Já aquele que não vê vídeo em tempo real e não ouve música online precisa de 4,5 gigabytes. Números como esses mostram porque existe essa briga em torno da neutralidade de rede.

Parceria

A Urbbox, empresa iniciante de tecnologia do Ceará, fechou uma parceria com a WBA, startup da incubadora do Instituto Fraunhofer, da Alemanha. O centro de pesquisa alemão também apoia a instalação dos Institutos Senai de Inovação em Energias Renováveis e Tecnologias Construtivas no Ceará. Especializada em automação comercial, a Urbbox planeja ampliar sua atuação para automação industrial. O cearense Abraão Lacerda, um dos sócios da Urbbox, vai passar oito meses na Alemanha.

Pedido

A empresa já tem um aplicativo que permite consultar cardápio de restaurante, fazer o pedido e encerrar a conta pelo celular, em até 23 idiomas. O software foi testado por estabelecimentos de Fortaleza durante a Copa das Confederações. Os dois fundadores da Urbbox fizeram parte do Programa Apóstolos da Inovação, da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

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No Estado de hoje ("A explosão do vídeo", p. B24).

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