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A globalização da mídia

"Quando os jornais impressos desaparecerem, o café da manhã deixará de fazer sentido", afirmou Jeffrey Cole, diretor do Centro para o Futuro Digital da Universidade do Sul da Califórnia. Ele acrescentou que diz isso de uma maneira bem humorada, mas não se trata de uma piada. "Cresci com o hábito de ler jornais, e essa leitura faz parte do ritual do café da manhã." Cole participou do evento Futurecom, em São Paulo.

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Por Renato Cruz
Atualização:

Há 10 anos ele estuda como acontece a adoção das tecnologias digitais e como elas afetam a vida e comportamento das pessoas. "Minha vida profissional começou na televisão e lá atrás, quando a televisão foi lançada, perdemos a oportunidade de se fazer esse tipo de estudo", disse, acrescentando que a oportunidade não foi perdida com a internet. O centro tem parcerias com universidades ao redor do mundo, e atualmente o estudo é feito em 30 países, com o acompanhamento de 2 mil pessoas em cada país. No Brasil, Cole está perto de fechar um acordo com uma universidade do Rio de Janeiro.

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Ele disse que nenhuma mídia vai desaparecer, mas que a tendência dos meios tradicionais é se tornarem menores. "O impresso tem um futuro terrível, mas não as notícias", afirmou. "Toda vez que um leitor de jornal morre, ele não é reposto."

Na visão dele, a maioria dos jornais impressos americanos vai desaparecer em cinco anos. Em outros mercados, como o Brasil e a Austrália, esse período deve ser maior, de 10 a 15 anos. Ele afirmou que os profissionais americanos estão deixando de dizer que estão no negócio de jornais (newspapers), para dizer que estão no setor de notícias (news).

O problema dessa transição é que existe menos dinheiro, pelo menos por enquanto, no mundo digital do que no tradicional. "São os dólares tradicionais e os centavos digitais", disse. Isso está levando a uma consolidação do mercado de mídia, e a uma necessidade de internacionalização. "O Brasil deve ficar com duas ou três companhias brasileiras de mídia com atuação global, que terão como mercado todas as pessoas que falam português no mundo."

Mais informações no Estado de hoje, 17/10 ("Grupos de mídia têm de se globalizar, diz pesquisador", para assinantes, p. BA04.)

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