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A Microsoft nas nuvens

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Por Renato Cruz
Atualização:

Os e-mails dos funcionários da Microsoft trazem atualmente, na sua assinatura, a mensagem "Cloud Power" (poder da nuvem). Apesar da aparente animação, a oferta de programas como serviço, pela internet, coloca o modelo de negócios da maior empresa de software do mundo de cabeça para baixo. "A indústria de tecnologia da informação passa pela maior transformação dos últimos 30 anos", afirmou Michel Levy (foto), presidente da Microsoft Brasil.

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Nos esquemas de redes de comunicação de dados, a internet é normalmente representada pelo desenho de uma nuvem. Daí vem a expressão "computação em nuvem", que, apesar de relativamente nova, é uma ideia antiga. Na década passada, o setor falava em "application service provider", ou ASP, para designar empresas que ofereciam software por assinatura, via rede. O conceito não chegou a pegar, porque a tecnologia, principalmente a infraestrutura de telecomunicações, não estava pronta.

No começo desta década, foi criada outra expressão: "software as a service" (software como serviço), ou Saas, para designar praticamente a mesma coisa. Com o surgimento do conceito de "computação em nuvem", o Saas foi incorporado como um dos componentes.

Algumas consultorias dividem os serviços de computação em nuvem em até cinco componentes. Uma forma mais simples é dividi-los em três: infraestrutura (como servidores e equipamentos para armazenar dados), plataformas (como sistemas operacionais e bancos de dados) e aplicações (como sistemas de gestão empresarial ou de gestão de relacionamento com clientes).

Apesar da sopa de letras, a definição de computação em nuvem é relativamente simples: os recursos de tecnologia da informação são contratados como serviço, via internet. O cliente paga por uso, como faz com a energia elétrica ou a água. No lugar de fazer investimento em equipamentos e licenças de software, recebe uma conta mensal.

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Isso pode trazer vantagens: como a infraestrutura é compartilhada e o cliente só paga pelo que efetivamente usa, os serviços em nuvem tendem a ser mais baratos. Nesse modelo é mais fácil conviver com picos de uso (como o das vendas do varejo na época das festas de fim de ano) e com o crescimento acelerado, porque é só contratar mais capacidade do prestador de serviço.

Existem, no entanto, algumas desconfianças que ainda precisam ser vencidas, como a perda do controle sobre o sistema (que fica hospedado em algum lugar indeterminado, na nuvem) e questões de segurança.

Em março, quando o professor Fernando Meirelles, da Fundação Getúlio Vargas, divulgou a 21ª edição de sua pesquisa sobre administração de recursos de informática, que oferece um retrato sobre o uso da tecnologia nas grandes empresas brasileiras, a computação em nuvem nem aparecia. Era menos 1% do mercado.

No mundo, a computação em nuvem movimentou US$ 58,6 bilhões em 2009, segundo a consultoria Gartner. A previsão para 2014 é que esse montante alcance US$ 148,8 bilhões.

Mais informações no Estado de hoje ("Microsoft enfrenta desafio nas nuvens" e "Em tecnologia, todos passam a competir pelo mesmo mercado", para assinantes, p. N7).

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