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Por que a Telefónica quer a GVT

Por Renato Cruz
Atualização:
A GVT compete com a Telefônica Vivo em São Paulo Foto: Estadão

A GVT é a empresa competidora que deu certo. Depois da privatização do Sistema Telebrás, em 1998, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vendeu licenças para as chamadas "empresas-espelho", que viriam a competir em telefonia fixa com as ex-estatais.

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A licença da GVT, que tinha como área original de atuação Estados das regiões Sul, Centro-Oeste e Norte, foi a última a ser vendida. Apesar disso, foi a empresa-espelho que alcançou mais sucesso. As outras duas, Vésper e Intelig, acabaram enfrentando problemas financeiros e sendo compradas, respectivamente, pela Embratel e pela TIM.

O modelo brasileiro de telecomunicações já previa que as concessionárias, originárias do Sistema Telebrás, iriam sem expandir geograficamente pela aquisição das empresas-espelho. A GVT, no entanto, acabou tendo uma trajetória diferente. Ela primeiro lançou ações na Bolsa e, depois, foi comprada pela francesa Vivendi, voltando a ser uma companhia de capital fechado.

A GVT acabou se expandindo para cidades nas regiões Sudeste e Nordeste construindo rede própria. Isso inclui cidades em São Paulo, Estado em que a Telefônica Vivo é concessionária de telefonia fixa. Com infraestrutura nova e equipes próprias de instalação e atendimento, conseguiu uma boa fatia de mercado nacional de telecomunicações, com 9,4% dos telefones fixos, 12,4% da banda larga e 4,2% da TV paga.

Em 2012, a Vivendi decidiu colocar a GVT à venda, três anos depois de comprá-la. Negociou com fundos de investimento e com a DirecTV, dona da Sky. Não foi para frente. A empresa francesa queria 7 bilhões de euros pela subsidiária brasileira, um pouco mais do que a Telefónica ofereceu agora. Uma alternativa, também estudada pela Vivendi, era a reabertura do capital da GVT.

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A Telefónica tentou comprar a GVT em 2009, mas acabou perdendo a empresa para a Vivendi. Se a oferta atual for aceita, a Vivo passará a ter operações de telefonia fixa em várias das principais cidades do País, e ainda deixará de ter um competidor em mercados importantes de São Paulo.

Por não ter operação de telefonia móvel, a GVT não é capaz de oferecer pacotes que combinam serviços fixos com celular, como fazem concorrentes como Vivo, Claro e TIM. Esse é seu ponto fraco. Sua compra pela Telefónica seguiria o roteiro desenhado lá atrás para o cenário competitivo no Brasil, se a GVT não tivesse chegado antes a alguns dos principais mercados de São Paulo.

Como a operadora atua no Estado desde o ano passado, o negócio passou a ter impacto na competição.

No Estado de hoje ("Vivendi já tentou vender operadora e não conseguiu", p. B10).

Foto: Divulgação

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