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A Positivo e a guerra de preços

No ano passado, o acirramento da competição teve um impacto forte nos resultados da Positivo Informática, maior fabricante de microcomputadores do Brasil. No quarto trimestre, o lucro da empresa caiu 74%. A margem líquida passou de 7,8% no quarto trimestre de 2009 para 2,1%.

Por Renato Cruz
Atualização:

Segundo Hélio Rotenberg, presidente da Positivo, houve em 2011 uma guerra de preços nunca vista no mercado brasileiro de PCs, detonada pelos concorrentes estrangeiros. "A guerra continua, mas está um pouco mais tranquila", disse o executivo. "Estou muito otimista para o ano." A seguir, trechos da entrevista ao Estado, feita por telefone.

Como está a competição hoje?

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Eu acredito que as empresas de computadores vão querer voltar a ter margens saudáveis.

A queda de margem também aconteceu com as concorrentes internacionais, que não precisam abrir os números sobre o Brasil?

Sem dúvida. As multinacionais foram os grandes causadores da baixa. Houve uma guerra sem precedentes no mercado brasileiro. Está todo mundo falando que mesmo as companhias fechadas tiveram grande prejuízo. A gente estava perdendo participação de mercado e daí, no último trimestre, ganhamos cinco pontos no varejo. Foi uma coisa impressionante. A gente decidiu: chega de perder participação. Vamos entrar na briga. Não tem jeito, baixa a margem.

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A HP chegou a falar que ultrapassou a Positivo em faturamento com PCs.

Depois eles ficaram quietinhos. No último trimestre, recuperamos tudo o que tínhamos perdido. A gente não fica falando do concorrente como eles falam.

Qual é a expectativa de mercado para este ano?

Estamos muito animados. As vendas estão acontecendo. As lojas estão vendendo. O IDC projeta mais 10% de crescimento do mercado para este ano, e a gente acha que isso é possível.

Alguns analistas chegaram a dizer que a mudança no mercado brasileiro tinha sido estrutural, que as multinacionais tinham vantagem na negociação com cinco ou seis fornecedores que produzem kits completos para notebooks. Qual é a sua opinião?

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Não acho que seja válido. Não vejo que eles sejam tão competitivos assim não. A gente ganha na montagem local, que eles terceirizam e a gente faz sozinho. A gente algumas outras vantagens. E os kits nem sempre são negociados inteiros.

A guerra de preços já terminou?

Eu diria que está um pouco mais tranquila. Continua, mas um pouco mais tranquila. Estamos muito otimistas para o ano.

Tem mais uma pergunta...

Não. Apesar dos boatos, não tem ninguém querendo nos comprar. Todo mundo faz essa mesma pergunta. Eu sempre conto a história: você está com o carro parado no sinaleiro. Alguém chega do lado e pergunta: "Quer vender seu carro?" Você diz: "Não." "Mas eu te pago R$ 100 mil por ele." "Hum, vamos conversar." Estamos muito bem aqui. Não pretendo vender, mas não vou dizer que nunca vai ser vendido. Hoje não existe nenhuma discussão a respeito.

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Mais informações no Estado de hoje ("'Houve uma guerra sem precedentes no mercado de PCs'", p. B14).

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