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Alexandre Hohagen deixa o Facebook

Executivo que montou operação do Facebook na América Latina quer atuar como investidor

Por Renato Cruz
Atualização:

Alexandre Hohagen ocupa o cargo de vice-presidente para a América Latina Foto: Estadão

Nos últimos 10 anos, Alexandre Hohagen montou as operações de duas gigantes da internet no Brasil: o Google e o Facebook. No fim da tarde de ontem, ele anunciou para os funcionários da rede social que vai deixar o cargo de vice-presidente para América Latina, que ocupou durante os últimos cinco anos. Hohagen planeja atuar como investidor, incentivando o crescimento de empresas iniciantes latino-americanas.

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"Estou muito satisfeito em ter construído o Facebook na América Latina", escreveu Hohagen, em mensagem programada para ser publicada em seu perfil na rede social hoje pela manhã. "No entanto, agora é o momento de ir atrás de outros sonhos. Quero dedicar mais tempo à minha família e, também, usar minha experiência e conhecimento para ajudar jovens empreendedores latino-americanos e organizações sem fins lucrativos da região."

Hohagen já tem alguns investimentos em startups. Entre elas, está a MarketUp, que desenvolveu um sistema de gratuito de gestão empresarial para pequenas e médias empresas, que funciona pela web. Ao lado de Hohagen, investiram nessa empresa Romero Rodrigues, fundador do Buscapé, e Hélio Rotenberg, presidente do grupo Positivo. O executivo também participa do conselho da Universidade Estácio de Sá, da Make-a-Wish International, do Jackson Memorial Hospital e do Instituto Inhotim.

Além do Brasil, Hohagen abriu escritórios do Facebook na Argentina, Colômbia, México e Miami. Atualmente, ele mora na cidade americana. Com sua rede de contatos, Hohagen deve buscar oportunidades de investimento na região. Segundo fontes de mercado, empresas que querem criar operações na América Latina também têm procurado constantemente o executivo, por sua experiência com o Facebook e o Google.

O Facebook ainda não escolheu o sucessor de Hohagen, que vai continuar na companhia durante o período de transição. Apesar de não existir uma data definida, a expectativa é que seja substituído num prazo de dois a três meses. A seleção de candidatos começa hoje.

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Hohagen deixa o posto num momento de crise da economia brasileira, mas, até onde os números globais permitem enxergar, as operações latino-americanas têm crescido rapidamente. Em fevereiro de 2011, quando Hohagen assumiu o comando da empresa na América Latina, o Facebook tinha 25 milhões de usuários no Brasil. Atualmente, tem 92 milhões. Na América Latina, são mais de 200 milhões.

Enquanto estruturava a operação regional, Hohagen chegou a criar produtos mundiais para a companhia, como o "logout", anúncio que aparece quando alguém se desconecta do Facebook. A proposta chegou a ser recebida com algum ceticismo por quem estava acostumado a mercados mais maduros, onde as pessoas dificilmente se desconectam. Em mercados emergentes, onde as pessoas acessam a rede social de computadores que não são seus, o formato fez sucesso.

O executivo completou 47 anos em janeiro, mês em que tirou férias nas Bahamas. Foi nessa época em que amadureceu a ideia de sair. Ele tem três filhas, sendo que as duas menores, de 7 e 10 anos, moram com ele em Miami. Como destacou em sua mensagem, planeja dedicar mais tempo à família, reduzindo o ritmo de suas viagens.

Carolyn Everson, vice-presidente de Soluções Globais de Marketing do Facebook, comentou a saída de Hohagen: "Ele deixa um legado ao Facebook, pois construiu do zero a operação regional há quatro anos. É um dos melhores líderes com quem tive a oportunidade de trabalhar ao longo de minha carreira e sai do Facebook deixando uma equipe forte na região".

Hohagen iniciou as operações brasileiras do Google, em 2005, empresa em que ficou até ser convidado o mesmo processo no Facebook. Antes, foi diretor-geral da HBO Brasil. Ele também trabalhou no UOL, ABN Amro, Boehringer Ingelheim e Dow Chemical. "O Facebook na América Latina nasceu na sala da minha casa", destacou Hohagen, em sua mensagem. "Eu ainda lembro de pedir para minhas filhas fazerem silêncio enquanto entrevistava candidatos." Pela sua trajetória, Hohagen demonstra preferir instalar operações de rápido crescimento.

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Foto: Divulgação

No Estado de hoje ("Hohagen troca Facebook por startups", p. B14).

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