O Yahoo enfrenta uma crise e a oferta de compra de US$ 44,6 bilhões que recebeu da Microsoft no começo do mês, e posteriormente recusou, pode ser vista como somente uma das conseqüências dos problemas que a empresa de internet enfrenta. De 2001 a meados do ano passado, a companhia foi comandada por Terry Semel, ex-executivo da Warner Bros, que tentou dar ao Yahoo uma feição de empresa tradicional de comunicação, que produz e distribui conteúdo. Não deu certo.
Quando Semel assumiu, o Yahoo ocupava uma posição de liderança na internet. Durante sua gestão, a empresa foi ultrapassada pelo Google, enfrentando dificuldades para crescer no mercado de links patrocinados, pequenos anúncios de texto que aparecem ao lado de resultados de busca e de páginas de conteúdo. Mais de 90% da receita do Google vêm dos links patrocinados.
"O Yahoo tinha uma visão muito tradicional de mídia", reconheceu Guilherme Ribenboim, presidente do Yahoo Brasil. "Estamos num mercado dos mais competitivos, onde o diferencial não vai ser o conteúdo produzido internamente. Queremos nos tornar uma plataforma de mídia mais social." A idéia é oferecer serviços, no lugar do conteúdo exclusivo.
O Yahoo quer voltar às origens de empresa de tecnologia. Ter menos redatores e mais programadores. A mudança começou quando Jerry Yang, co-fundador do Yahoo, assumiu o lugar de Semel no ano passado. O processo tem sido difícil. A empresa vai cortar cerca de 1 mil postos de trabalho em todo o mundo. "Os cortes não afetam o Brasil", afirmou Ribenboim, que garantiu que, por aqui, a empresa cresce mais que a média de mercado.
Mais informações no Estado de hoje, 14/1 ("Yahoo muda para enfrentar a crise", para assinantes, p. B18).