"É um alerta", disse o professor Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, responsável pelo capítulo brasileiro do estudo. "O relatório não é conclusivo, mas permite identificarmos movimentos." O estudo é coordenado pelo International Institute for Management Development (IMD).
Arruda chamou atenção para quatro pontos: o aumento do crédito, que estaria levando a um endividamento excessivo dos consumidores; a alta de inflação, que já começou a ser sentida pelas famílias no ano passado; a valorização do câmbio, que tira competitividade do País lá fora; e a perda da eficiência na produção, que pode ser sinal de desindustrialização do Brasil.
O Brasil cresceu em empregos no ano passado, mas isso, paradoxalmente, acabou tendo impacto negativo na produtividade e na eficiência, fazendo com que o País caísse do 28.º lugar para o 52.º. "Foram criados empregos em atividades de baixo valor agregado", explicou Arruda.
Apesar da crise, os Estados Unidos, que haviam ficado em terceiro lugar no ranking anterior, subiram para o primeiro, empatados com Hong Kong. Em seguida, vieram Cingapura (que liderou a lista no ano anterior) e Suécia.
"Temos verificado uma concentração cada vez maior no topo da lista", disse o professor da Fundação Dom Cabral. "Os cinco primeiros lugares são muito parecidos." Segundo ele, deficiências do setor público nos EUA são mais do que compensadas por fatores como infraestrutura e inovação.
Mais informações no Estado de hoje ("Brasil cai em ranking de competitividade", p. B4).
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