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Chris Anderson e o iPad

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Por Renato Cruz
Atualização:

Para Chris Anderson (foto), editor da revista Wired e autor dos livros A Cauda Longa e Free, o aplicativo para iPad enriquece o conteúdo de uma revista, ao contrário do web site, em que existe perda de design e organização. "Fazemos hoje três edições da Wired: a de papel, a versão vertical para o iPad e a versão horizontal", disse Anderson, em entrevista em vídeo para o blog Business Insider.

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Ele afirmou que a versão para iPad é enriquecida com recursos como vídeos, animações e gráficos interativos, já que, no meio eletrônico, não existe limite de espaço. Segundo Anderson, a revista gasta de 10% a 15% a mais para produzir a versão para o tablet da Apple. Somente em junho, a Wired vendeu 100 mil aplicativos para o iPad, ao preço de US$ 4,99.

O total de assinantes da revista é o maior da história e, na visão de Anderson, a versão em papel continuará a existir daqui a 10 anos. "E não estou dizendo isso somente porque meu contrato exige que eu diga", disse o editor da Wired. Segundo ele, deve acontecer com as revistas a mesma coisa que está acontecendo com os livros. "O impresso será minoria, mas não será igual a zero." Ele acrescentou que, nesse ambiente de predomíno do digital, o preço e a qualidade do impresso devem subir.

Físico de formação, Anderson contou como foi assumir a revista logo depois do estouro da bolha da internet, em 2001. Segundo ele, foram "18 meses de fracasso" antes que a Wired retomasse o rumo sob sua direção.  "Se você for fracassar, fracasse em um ambiente em que é impossível ter sucesso", disse o editor da revista, sobre o período da crise das pontocom.

O objetivo dele era encontrar histórias que refletissem como a internet havia se tornado ubíqua. "Decidimos parar de escrever sobre TCP/IP, para mostrar como a internet havia mudado a vida das pessoas", disse Anderson. Ele ficou um ano e meio tentando encontrar o caminho, até que, nas suas palavras, "a ciência nos salvou". A edição de dezembro de 2002 trouxe uma capa sobre ciência e religião em que, segundo Anderson, a revista reencontrou o tom certo. Isso antes de toda a polêmica sobre Deus criada pelo biólogo Richard Dawkins.

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Anderson comentou a capa polêmica sobre a morte da web, de setembro deste ano. "Sou um editor de revista e, algumas vezes, os editores de revista fazem o que a capa da revista exige", disse. "Eu sinceramente espero que a web não esteja morta. A palavra morta é hiperbólica em qualquer definição. Mas, naqueles 18 meses de fracasso, descobri que sutilezas não vendem."

Anderson prepara um novo livro,  A nova revolução industrial, como o artigo que publicou na edição de fevereiro da revista. Ele criou uma empresa de robótica, chamada 3D Robotics, que está relacionada ao livro novo, e classificou a empresa como "um hobby que deu terrivelmente errado". Henry Blodget, do Business Insider, perguntou qual é o segredo para conseguir editar a Wired, escrever um livro a cada dois anos, fundar uma empresa e ter cinco filhos. "Eu não vejo televisão", respondeu Anderson.

Foto: Reprodução/Business Insider

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