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'Fazer o certo pode te matar'

Clayton Christensen, professor da Harvard Business School, explica o dilema da inovação

Por Renato Cruz
Atualização:

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Clayton Christensen, professor da Harvard Business School, é autor do clássico de administração O dilema da inovação, em que explica por que empresas falham por serem boas. Na biografia do Steve Jobs, Walter Isaacson apontou o trabalho como um dos livros de cabeceira do cofundador da Apple, que defendia ser melhor canibalizar o próprio mercado antes que uma outra empresa o fizesse.

Christensen deu uma entrevista ao Techcrunch, explicando como funciona esse dilema. "Fazer a coisa certa pode te matar", disse o professor. Ele exemplificou com a Cisco, que conseguiu vencer rivais como a Lucent, Alcatel e Nortel, empresas dominavam o mercado de comutação de circuitos (equipamentos para redes de telefonia).

A Cisco lançou o roteador, equipamento com tecnologia de comutação de pacotes (usada pela internet), que, quando surgiu, servia somente para comunicação de dados. As concorrentes Lucent, Alcatel e Nortel viram aquilo e consultaram seus clientes, que disseram não precisar desse tipo de equipamento para suas redes convencionais de telefonia. Do ponto de vista de negócios, não compensava atacar o mercado de roteadores.

Mas os roteadores foram ficando cada vez melhores, até que chegou o momento em que passaram a ser capazes de fazer comunicação de voz. Daí, os clientes tradicionais da Lucent, Alcatel e Nortel começaram a comprar roteadores e, esses fabricantes, por terem ouvido esses clientes, acabaram perdendo mercado para a Cisco.

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"Unidades de negócio não foram feitas para evoluir", disse Christensen ao Techcrunch. "Uma empresa consegue evoluir somente se for capaz de criar e fechar unidades de negócio." O exemplo que ele deu foi a IBM.

Existiam cerca de nove empresas de mainframe (computadores de grande porte), quando essas máquinas dominavam o cenário da tecnologia da informação. A IBM foi a única sobrevivente quando o mercado passou a usar minicomputadores. Isso porque a IBM criou uma nova unidade em Rochester, no Estado americano de Minnesota, para cuidar dessas máquinas, longe da sede em Newark, Nova York. Quando houve a transição para os microcomputadores, a IBM fez isso de novo, criando uma nova unidade em Boca Raton, na Flórida, que acabou desenvolvendo o PC.

Ele alertou que o Google tem somente uma unidade de negócios importante e lucrativa, e que, apesar de a Apple parecer imbatível, decisões aparentemente certas para o momento - como, por exemplo, o que pode ser terceirizado - podem acabar comprometendo o futuro.

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