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Hora de mudança

Tim Cook precisa provar que a Apple não deixou de ser uma definidora de tendências para se transformar numa fabricante de eletrônicos de luxo

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Por Renato Cruz
Atualização:
 Foto: Estadão

Steve Jobs voltou à presidência da Apple em 1997 e, um ano depois, lançou o iMac. Era um computador diferente dos que existiam na época. Ele quebrou a monotonia das caixas beges que dominavam o mercado: o iMac vinha em várias cores, numa peça única que integrava monitor, computador e teclado. Foi uma das primeiras máquinas a abandonar o leitor de disquetes, trocado por uma conexão USB, que permitia conectar ao computador outros dispositivos de armazenamento.

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Essas mudanças, que hoje parecem triviais, foram somente o primeiro passo da trajetória revolucionária da Apple sob o segundo período de liderança de Steve Jobs, que nos anos seguintes lançou o iPod, o iPhone e o iPad.

Apesar de não ser o primeiro tocador de música digital, o iPod foi responsável pelo sucesso dessa categoria. Primeiro, por causa de sua capacidade superior de armazenamento. Os concorrentes eram limitados a algumas dezenas de arquivos, comparados a mil músicas do iPod. Depois, pelo design elegante e inovador. As pessoas tinham somente de passar o dedo sobre um círculo para navegar com facilidade pelo seu repositório de canções.

O iPhone também não foi o primeiro celular inteligente, mas acabou criando os padrões de fato para essa categoria, com tela sensível ao toque, sensores de movimento e aplicativos criados por terceiros. O iPad lançou uma categoria nova de produtos.

Semana passada, a Apple fez o primeiro lançamento de produto em uma categoria nova desde o iPad. O Apple Watch recebeu avaliações elogiosas de especialistas em eletrônicos de consumo e de especialistas em relógios de pulso. Foi também o primeiro produto de nova categoria a ser lançado por Tim Cook, que substituiu Steve Jobs.

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Assim como no caso do iPod, o Apple Watch chega num mercado com vários concorrentes. O Galaxy Gear, da Samsung, está em sua segunda geração, assim como o Pebble, relógio inteligente que foi sucesso em arrecadação de fundos no site Kickstarter. Empresas como a Motorola, a Asus e a LG lançaram recentemente seus relógios inteligentes.

A grande diferença em relação ao iPod é que o Apple Watch não traz nenhuma grande ruptura na comparação com os concorrentes. A Apple conseguiu algumas soluções elegantes, como mostrar os aplicativos diretamente na primeira tela. Mas o design é conservador, incorporando até uma "coroa" igual à dos relógios mecânicos.

Nos novos iPhones, a Apple acabou correndo atrás dos concorrentes para lançar modelos maiores. Com tela de 5,5 polegadas, o iPhone 6 Plus é um "phablet", equipamento intermediário entre o celular e o tablet. O desafio de Tim Cook é provar que a empresa não deixou de ser uma definidora de tendências para se transformar numa fabricante de eletrônicos de luxo: bonitos, de boa qualidade e caros.

Patentes

Amanhã, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) vai apresentar para o setor privado americano, em Washington, propostas para melhorar a defesa da propriedade intelectual no Brasil. Ao mostrar o comprometimento da indústria local com o tema, a CNI espera que o País seja retirado do Annual Special 301 Report on Intellectual Property Rights, relatório do governo americano que lista países com problemas na defesa da propriedade intelectual. As propostas também foram encaminhadas aos candidatos brasileiros à presidência.

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Registro

Entre as medidas defendidas pela CNI, está o fortalecimento do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). Atualmente, os brasileiros precisam esperar, em média, 10,8 anos para a concessão de uma patente. Nos EUA, o prazo médio é de 2,6 anos.

No Estado de hoje ("Hora de mudança", p. B10).

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