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Inovação na crise

Diante de um cenário adverso, como falar sobre inovação, que exige tempo e investimento?

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Por Renato Cruz
Atualização:
 Foto: Estadão

A indústria brasileira enfrenta um momento difícil, agravado pela crise que atinge toda a economia. A produção industrial caiu 3,2% entre janeiro e novembro do ano passado, em comparação com o mesmo período de 2013. Diante de um cenário adverso, como falar sobre inovação, que exige tempo e investimento?

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Em 2008, a quebra do banco americano Lehman Brothers foi um marco da crise que a economia mundial enfrentou no fim da década de 2000. Na época, conversei com o então presidente do conselho da Intel, Craig Barrett. Em quase quatro décadas de carreira, Barrett já havia enfrentado mais de 10 crises econômicas.

Sua recomendação para enfrentar a crise era ajustar a produção e manter os projetos de pesquisa e desenvolvimento. A empresa precisa continuar a criar produtos e tecnologia, para se preparar para a retomada da economia. Sem isso, corre o risco perder competitividade e ficar para trás na próxima onda de crescimento.

É claro que fazer não é tão simples quanto falar. Mas é um ponto importante, num momento em que as empresas brasileiras enfrentam uma crise que é mais nossa do que global. Atualmente, existem por aqui vários mecanismos de incentivo à inovação. Alguns são mais complicados, como a Lei do Bem, e acabam beneficiando poucas empresas.

Criado em 2013, o programa Inova Talentos é uma medida de incentivo que tem sido bem avaliada. Sua aplicação é simples. No Inova Talentos, as empresas apresentam projetos de inovação a serem desenvolvidos por jovens que estejam na faculdade ou que tenham se formado recentemente. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) paga bolsas durante um ano para esses jovens. A empresa arca com custos de recrutamento e treinamento.

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Atualmente, o programa tem 275 projetos em andamento em empresas, com 335 bolsistas. Na semana passada, foi divulgado o resultado de uma nova chamada de projetos, e foram 206 aprovados. Eles vão demandar mais 316 bolsistas. Cada projeto pode ter até três bolsistas.

"Esse é um programa que consegue ser bem sucedido num cenário adverso", afirmou Paulo Mól, superintendente do Instituto Euvaldo Lodi Nacional, responsável pelo recrutamento e treinamento dos bolsistas.

A Bosch tem 27 bolsistas do Inova Talentos, que trabalham em 24 projetos. Recentemente, a empresa conseguiu que mais 32 projetos fossem aprovados, com mais 44 bolsistas. "Apesar de os projetos ainda estarem em andamento, já tivemos resultados", disse Bruno Bragazza, gerente de Inovação da Robert Bosch América Latina. "Fizemos um pedido de patente que teve participação de um bolsista e temos mais um possível pedido em análise."

É uma oportunidade de reduzir o custo da inovação e, ao mesmo tempo, treinar jovens profissionais, à espera da retomada da economia.

Redes sociais

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O principal objetivo dos brasileiros que acessam a internet é o uso de redes sociais. Pesquisa feita em setembro pela Fecomércio RJ/Ipsos mostrou que 49,2% dos entrevistados haviam acessado a rede num período de 30 dias.Entre os que acessam, 84,2% tiveram como finalidade participar de redes sociais. A atividade que veio em segundo lugar foi checar correio eletrônico, apontada por 46%. Apenas 3,2% dos entrevistados usaram a internet para comprar algum produto ou serviço.

Acesso

O principal meio de acesso ainda é o computador de mesa (69,5%), seguido do smartphone (24,4%) e do tablet (3,8%). Entre os que usam a internet, 79,1% eram da classe AB, 43,43% da classe C e 14,7% da classe DE. Entre os que não acessam, os principais motivos declarados foram não saber utilizar (35,7%) e não ter interesse (33,5%).

No Estado de hoje ("Inovação na crise", p. B12).

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