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Investimento estrangeiro na internet

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Por Renato Cruz
Atualização:
 Foto: Estadão

Em maio do ano passado, Gilberto Alves Jr. recebeu uma mensagem de correio eletrônico de Michael Nicklas (foto). O americano havia lido e gostado do que Alves escreveu sobre Web 2.0 em seu blog Prati.ca. Nicklas se identificou como um investidor anjo (que ajuda a transformar ideias em empresas) à procura de empresas iniciantes brasileiras e disse que gostaria de conversar com Alves.

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"Achei que era spam", conta Alves. "Pensei: que spam espertinho, que me chama pelo nome." Acontece que não era uma mensagem indesejada. Algumas semanas depois, Nicklas veio de Nova York para São Paulo e os dois conversaram. Em setembro, criaram a Amanaiê, empresa especializada em aplicativos que rodam em redes sociais, como o Orkut.

Quando Alves encontrou Nicklas, a Amanaiê ainda era só uma ideia. "Não tinha nem um plano de negócios", diz o brasileiro. "Nós conversamos genericamente. Sabíamos que o Orkut ia lançar o OpenSocial (plataforma de aplicativos) e que havia uma oportunidade lá." Os primeiros clientes foram o Yahoo, que lançou um aplicativo do serviço de fotos Flickr no Orkut, e o UOL, com o Bolão do Big Brother Brasil 9 e a loja virtual Minha Loja. A empresa também desenvolveu um bolão de futebol para o Orkut, chamado Odrible.

"Os aplicativos sociais não são como o Second Life", explica Alves. "São um investimento sólido, com retorno." Antes de ingressar no mercado de tecnologia, Nicklas pensava em seguir a carreira diplomática. Ele morou no Brasil quando criança, estudou na Universidade de Coimbra e fala português. O nome Amanaiê, em tupi, quer dizer mensageiro.

Para administrar seus investimentos no Brasil, Nicklas criou uma holding chamada SocialSmart, que já investiu em cinco empresas, incluindo a Amanaiê. "Participei de diversas empresas iniciantes nos Estados Unidos", conta Nicklas. "Resolvi investir no Brasil por uma série de motivos."

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Ele analisou oportunidades fora dos Estados Unidos e da Europa, mercados que ele classifica como "muito saturados". Entre os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), Nicklas chegou à conclusão de que o Brasil tem um mercado de internet mais maduro, apesar de não ser o maior, e que o usuário brasileiro tem um perfil mais próximo do americano e do europeu. "Existe uma chance maior de uma experiência de sucesso no Brasil migrar para a Europa e os EUA."

Mais informações no Estado de hoje, 9/5 ("Internet atrai investidor externo", p. B15).

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