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Jean Baudrillard e Matrix

Por Renato Cruz
Atualização:

 Foto: Estadão

No filme de ficção científica Matrix (1999), o personagem Neo esconde dinheiro e cópias de arquivos de computador num exemplar oco de Simulacros e Simulação (1981), do filósofo e sociólogo francês Jean Baudrillard, que morreu hoje (6/3), em Paris, aos 77 anos.

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No livro, Baudrillard diz que a proliferação de imagens no capitalismo avançado deixa para trás a representação de coisas reais para chegar à simulação, em que se perde a referência à realidade:

"O real passa a ser produzido por unidades miniaturizadas, a partir de matizes, bancos de memória e modelos de comando -- e com isso pode ser reproduzido um número indefinido de vezes. Não precisa mais ser racional, pois deixa de ser medido a partir de alguma instância ideal ou negativa. É nada mais que operacional. De fato, como não é mais envolvido por um imaginário, deixa definitivamente de ser real. Passa a ser hiper-real: o produto de uma síntese irradiante de modelos combinatórios no hiperespaço sem atmosfera."

Baudrillard era mestre no uso de enunciados complicados para exprimir idéias simples. "Síntese irradiante de modelos combinatórios no hiperespaço sem atmosfera" pode ser bonito, mas quer dizer alguma coisa? Me lembra o encontro fortuito da máquina de costura com o guarda-chuva sobre a mesa de vivessecção.

Ele preferia Show de Truman, com Jim Carrey, e Cidade dos Sonhos, do David Lynch, a Matrix.

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