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O desafio de fabricar chips

Por Renato Cruz
Atualização:

Os semicondutores são o ponto fraco da indústria brasileira de alta tecnologia. A produção local é muito limitada. No ano passado, foram importados US$ 5,1 bilhões em semicondutores, um crescimento de 14% sobre 2010. Com o avanço dos mercados de computadores e de celulares, e com a eletrônica sendo embarcada nos mais diversos tipos de equipamentos, a tendência é que essa conta só venha a aumentar.

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Em São Leopoldo, município da Grande Porto Alegre, a HT Micron (foto) resolveu atacar esse problema. Joint venture entre a brasileira Parit e sul-coreana Hana Micron, a empresa já tem uma linha de produção de chips para celular, e constrói uma sede no Tecnosinos, parque tecnológico da Unisinos. A ideia é produzir outros tipos de processadores, como chips de memória, concorrendo com a Smart Modular Technologies, que tem a única fábrica do País a produzir chips de memória, localizada em Atibaia, no interior de São Paulo.

Tanto a HT Micron quanto a Smart fazem o encapsulamento dos chips, que é a fase final da produção dos componentes. O wafer de silício, do qual os processadores são retirados, são importados. Não existe no Brasil quem fabrique esses wafers, etapa mais cara na produção dos chips. Enquanto o investimento numa fábrica de encapsulamento está na casa das centenas de milhões de dólares, uma fábrica de wafers exigiria alguns bilhões.

"Estamos neste projeto há dois anos", afirmou Ricardo Felizzola, presidente da Parit, uma holding que, além da HT Micron, está no controle da Altus (que atua no setor de automação) e da Teikon (que fabrica eletrônicos para terceiros). "A Hana Micro chegou até nós pela Teikon. Já fabricamos módulos de memória na Teikon." Os módulos são as placas com os chips.

Nesta fase pré-operacional, com uma sala limpa pequena, a HT Micron emprega 30 pessoas. No mês passado, a empresa aguardava a homologação dos seus produtos por fabricantes de sim cards, os cartõezinhos com chips para telefones celulares.

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Os planos da empresa preveem o investimento de US$ 200 milhões em cinco anos. A fábrica deve empregar cerca de 800 pessoas nessa primeira fase, e ficar pronta até o fim do ano. A tecnologia vem do parceiro sul-coreano, e os chips de memória poderão ser usados nos módulos produzidos pela Teikon. O objetivo da HT Micron é faturar R$ 1 bilhão até 2015.

Mais informações no Estado de hoje ("No Rio Grande do Sul, o desafio de produzir chips", p. B12).

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