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Renato Cruz

O fim do virtual

Ainda faz sentido diferenciar real e virtual?

25/01/2015 | 12h31

  •      

 Por Renato Cruz

Coluna do Renato Cruz: O fim do virtual

Quando publicou Neuromancer, há mais de 30 anos, William Gibson imaginava “ciberespaço” como algum lugar para o qual as pessoas iam, ao se conectar a uma rede de computadores, para viver uma vida paralela. Ele teve a ideia ao ver o comportamento de adolescentes quando se enfrentavam em jogos eletrônicos.

Mas o mundo mudou. Numa entrevista ao Washington Post, em 2007, o escritor disse que a palavra não fazia mais sentido. Quando ele começou a escrever sobre o ciberespaço, a conectividade era rara. Agora, os momentos desconectados é que são poucos. Levamos a internet nos nossos bolsos, no celular. As cidades estão cheias de câmeras, sensores e telas ligados à rede. Em casa, televisores, videogames e outros dispositivos também estão. “Não houve um amanhecer tingido de vermelho em que nos levantamos, olhamos pela janela e dissemos: ‘Oh meu Deus, tudo é ciberespaço agora’”, disse Gibson, na época.

E tudo é ciberespaço agora. Daí que não faz mais sentido falarmos em ciberespaço. A maior parte do dinheiro já não circula fisicamente. Bens culturais, como livros, música e filmes, perdem cada vez mais o suporte físico.

Na semana passada, o presidente do conselho do Google, Eric Schmidt, disse que a internet vai desaparecer. Foi uma afirmação de impacto, mas que tem o mesmo sentido da explicação de Gibson para o esvaziamento da palavra ciberespaço.

“A internet vai fazer parte da sua presença o tempo todo”, explicou Schmidt, durante o Fórum Econômico de Davos. “Imagine entrar numa sala, e a sala ser dinâmica. E, com sua permissão e tudo mais, você interage com as coisas que acontecem na sala.”

Uma mostra disso foi dada, também na semana passada, por um concorrente do Google. A Microsoft demonstrou, durante o lançamento do Windows 10, o HoloLens, uns óculos que mostram imagens tridimensionais sobrepostas ao ambiente, permitindo que as pessoas interajam com elas por voz e movimento das mãos.

O novo produto da Microsoft, que deve chegar ao mercado ainda este ano, é um exemplo interessante de como essa barreira entre real e virtual é cada vez mais tênue. Os relatos sobre os testes com o HoloLens mostram um avanço em relação ao Kinect (leitor de movimentos criado pela Microsoft). O dispositivo permite, por exemplo, criar com as mãos um objeto digital e interagir com ele em tamanho real, para depois imprimi-lo numa impressora 3D.

Como muitos apontaram, apesar de ter sido chamado pela Microsoft de holográfico (e, tecnicamente, não ser), o HoloLens é na verdade um dispositivo de realidade aumentada, em que elementos digitais são superpostos ao ambiente.

O HoloLens é uma nova aposta nos computadores de vestir (como óculos, relógios e pulseiras), que, apesar de ser uma tendência promissora, ainda não têm um produto de sucesso.

Concorrência

O anúncio da Microsoft aconteceu logo depois de o Google informar que vai suspender as vendas de seus óculos Glass, que serão redesenhados pela equipe responsável pelo termostato inteligente Nest. O Apple Watch ainda não chegou ao mercado e outros relógios inteligentes são, até agora, produtos de nicho. O Google Glass enfrentou um problema sério de imagem, já que as pessoas ficaram com medo de serem filmadas sem perceber. Seus usuários receberam o apelido de “glassholes”, por serem vistos como arrogantes, desagradáveis e rudes. O próprio Google criou um vídeo com regras para não ser um “glasshole”.

Definição

Tecnicamente, holografia é uma técnica de registro de imagens tridimensionais usando lasers. Não é assim que o HoloLens funciona.

No Estado de hoje (“O fim do virtual“, p. B12).

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