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Os gênios matemáticos e a crise

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Por Renato Cruz
Atualização:

A crise financeira que o mercado mundial enfrentou desde 2007 foi causada por modelos matemáticos falhos adotados pelos fundos de investimento, que levaram a uma avaliação irrealista de risco, combinados a níveis insustentáveis de endividamento. Tudo isso não seria possível sem sistemas complexos de computação, que permitiram analisar volumes imensos de dados em tempo real, e fazer apostas automáticas em alta velocidade, baseadas em modelos pré-programados.

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Pelo menos essa é a visão trazida pelo livro The quants: How a new breed of math whizzes conquered Wall Street and nearly destroyed it (Crown Business). O livro escrito por Scott Patterson, jornalista do Wall Street Journal, foi lançado no começo do mês nos Estados Unidos.

Os "quants" são os gênios da matemática que tomaram conta de Wall Street nos últimos anos. Eles baseiam suas apostas em análises quantitativas (daí seu nome), no lugar de análises fundamentalistas, como as que são feitas, por exemplo, por Warren Buffett, segundo homem mais rico do mundo.

Buffett analisa os fundamentos das empresas em que investe, verificando itens como taxa de crescimento, vendas e lucratividade. Na análise quantitativa, as apostas são feitas com base em estatísticas, que alimentam modelos matemáticos complexos, independentes do que cada papel representa fora do mundo financeiro.

Os fundos de hedge, liderados pelos "quants" do título do livro, perderam bilhões de dólares a partir de meados de 2007, quando a crise americana das hipotecas atingiu os mercados. Não seria exagero, no entanto, dizer que eles foram os responsáveis pela crise? "Quando bancos e fundos de hedge começaram a quebrar em 2007 e 2008, eles criaram uma contração maciça de crédito por toda a economia global", afirmou Patterson, em entrevista por correio eletrônico.

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Mais informações no Estado de hoje ("Gênios matemáticos erram as contas em Wall Street", p. B9).

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