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Os Windows Phones da Nokia

Empresa lança no Brasil os modelos Lumia 800 e Lumia 710, para concorrer com o iPhone e os aparelhos Android

Por Renato Cruz
Atualização:

 Foto: Estadão

A ascensão dos smartphones - celulares com sistema operacional, que permitem o acesso à internet e rodam aplicativos - havia jogado a Nokia numa crise. A empresa finlandesa dependia do Symbian, um software já antigo, enquanto o novo mercado era conquistado pelo iPhone, da Apple, e os aparelhos com Android, do Google, como a série Galaxy, da Samsung.

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O canadense Stephen Elop assumiu o comando mundial da empresa em setembro de 2010, para resolver esse problema. Ex-diretor da Microsoft, Elop anunciou, logo depois de ter assumido a presidência da fabricante de celulares, que o Windows Phone seria a plataforma de software de seus smartphones.

Os primeiros resultados dessa estratégia chegam ao mercado brasileiro amanhã. Com fabricação nacional, o Lumia 710 tem preço sugerido de R$ 999. Importado, o Lumia 800 sairá por R$ 1.699, sem subsídio da operadora. A TIM promoverá eventos ao estilo da Apple, com vendas a partir da meia-noite de quinta-feira em várias partes do País.

"Acreditamos que existe espaço para uma terceira opção de sistema operacional", disse Almir Narcizo, presidente da Nokia do Brasil. Os aparelhos começaram a ser vendidos em novembro em outros países. Segundo Narcizo, as vendas não começaram antes por aqui por causa da fabricação local. "Não conseguiríamos oferecer o Lumia 710 por esse preço se fosse importado."

O executivo preferiu não fazer previsões sobre vendas locais. O último número divulgado pela Nokia sobre vendas mundiais é que, até janeiro, haviam sido vendidos "bem mais do que 1 milhão de unidades". A Microsoft citou um número da consultoria Gartner de que a fatia do Windows Phone no mercado mundial deve chegar a 20% até 2015.

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Perspectiva

Apesar de ter recebido boas avaliações dos especialistas, a participação do Windows Phone no mercado mundial ainda é pequena. Com os lançamentos da Nokia, passam a existir quatro modelos no mercado brasileiro - dois da fabricante finlandesa, um da HTC e outro da Samsung.

Luciano Crippa, analista da consultoria IDC, afirmou que, com os preços dos aparelhos anunciados, a Nokia não vai disputar o "segmento de entrada", de smartphones mais baratos. "No Brasil, cerca de 70% dos smartphones vendidos estão posicionados abaixo desses valores anunciados pela empresa, deixando a briga concentrada nos usuários de maior poder aquisitivo e também no segmento corporativo."

A integração com o Windows é vista com um trunfo dos aparelhos da Nokia na briga por esse mercado de clientes empresariais. "O Windows Phone está na base de nossa estratégia de prestar serviços de tecnologia da informação na nuvem", disse Michel Levy, presidente Microsoft Brasil. "Queremos que o usuário tenha uma experiência ubíqua, que passe pelo computador, Xbox 360 e pelo Windows Phone." A loja virtual do sistema operacional conta com mais de 65 mil aplicativos.

A interface do Windows Phone, a cara do software quando o usuário começa a usá-lo, é bastante diferente do iPhone e do Android. Ele usa o conceito de "tiles", que são quadrados em que as informações dos usuários são constantemente atualizadas, de fontes como o Facebook, Twitter e correio eletrônico.

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O Windows Phone tem um aplicativo chamado Xbox Companion, que transforma o telefone em controle do videogame. Do lado da Nokia, o destaque é o aplicativo gratuito Dirigir, com navegação GPS por voz.

"Estamos fazendo a maior campanha de lançamento da história da Nokia no Brasil", disse Almir Narcizo. "Ela ficará no ar até o fim de junho, na mídia escrita e digital, na TV e até no metrô." A Microsoft, as operadoras e as redes de varejo também vão promover os novos aparelhos.

Fatia da empresa caiu

A Nokia tinha quase metade do mercado mundial de smartphones até 2007, quando foi lançado o primeiro iPhone, de acordo com a consultoria IDC. O segundo lugar era da RIM, fabricante do BlackBerry, e o terceiro era da Motorola.

A partir daí, a empresa começou a perder mercado, chegando ao fim do ano passado com uma fatia de 15,65%, em terceiro lugar, atrás da Samsung e da Apple.

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No Brasil, a Nokia manteve a liderança em celulares inteligentes até 2010. Com o crescimento do sistema operacional Android, do Google, foi ultrapassada no ano passado pela Samsung, terminando 2011 em segundo lugar. A Nokia aposta no Windows Phone para recuperar o espaço perdido.

No Estado de hoje ("Contra iPhone e Android, Nokia lança seus celulares com Windows no Brasil" e "Fatia da empresa caiu", p. B18).

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