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Purgatório tecnológico

Por Renato Cruz
Atualização:

 Foto: Estadão

Do blog Everyone Else Is Evolving (Todos os Outros Evoluem), do Angelo Ikeda:

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"Se o patriotismo é o último refúgio dos canalhas, a nostalgia é o último refúgio dos amargos da minha geração. A minha é uma geração de transição, que acabou ficando em algo parecido com um purgatório tecnológico. A passagem do vinil para o CD não foi tão traumática assim, e muitos de nós ainda temos coleções de um ou de outro, ou dos dois. Mas aí, nos vinte e poucos anos, quando achávamos que o jogo já estava ganho e o futuro nos pertencia, o Al Gore resolveu inventar a internet e o aquecimento global, e tudo mudou. A coisa foi andando cada vez mais rápido e eu e meus contemporâneos fomos ficando cada vez mais perdidos. No final, cada um foi se adaptando, em maior ou menor grau, mas sempre com olhar desconfiado. Junto com essa desconfiança veio uma raiva por não ter nascido alguns anos depois, quando não precisaríamos fazer pesquisas escolares no Delta-Larousse de 50 volumes e carregar uma mochila só para as fitas do walkman, e saudades do tempo em que tudo andava mais devagar, em que se ouvia um disco mais de uma vez, em que dava para lembrar o nome de uma música."

A vida parecia mais simples quando o videogame era o Atari, o computador o TK-85 (foto) e serviço online era o quiosque do videotexto na agência do Bradesco.

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