Foto do(a) blog

Informações sobre tecnologia

Quem dita tendências

Nos últimos anos, o consumidor tem ditado as tendências tecnológicas, depois seguidas pelas empresas. Será que isso começa a mudar?

PUBLICIDADE

Por Renato Cruz
Atualização:
 Foto: Estadão

No século passado, era comum que tecnologias novas fossem adotadas primeiro por empresas e, depois de ganharem escala e terem seu preço reduzido, chegassem ao mercado de consumo. Isso aconteceu com computadores e telefones celulares, por exemplo. Mas, nos últimos anos, a tendência se inverteu, dando origem ao que alguns chamam de "consumerização da tecnologia da informação".

PUBLICIDADE

As pessoas passaram a ter smartphones muito melhores que os celulares oferecidos pelas corporações a seus funcionários. Os tablets chegaram às casas antes de serem adotados no ambiente de trabalho. Ferramentas de comunicação gratuitas da internet - como redes sociais e serviços de mensagem - têm mais recursos e são mais fáceis de usar do que as corporativas. O espaço na caixa do correio eletrônico pessoal é praticamente ilimitado, enquanto o e-mail do trabalho não consegue armazenar quase nada.

Isso fez com empresas adotassem práticas como o Byod, sigla de "Bring your own device" (ou "traga seu próprio equipamento"), em que os funcionários podem usar seus celulares e tablets pessoais também no trabalho. Um relatório da Deloitte, chamado TMT Predictions 2015, prevê que o cenário atual, em que o mercado de consumo dita tendências tecnológicas e as corporações correm atrás, vai começar a se inverter neste ano.

Algumas das tendências tecnológicas quentes devem ser lideradas por empresas, segundo a Deloitte. Um exemplo são os computadores vestíveis - como óculos e relógios inteligentes - que têm potencial de ser adotados em setores como segurança e saúde, em que os profissionais precisam ter as mãos livres. Outro são os drones, pequenos aviões não tripulados cada vez mais demandados na agricultura e na inspeção de terrenos e instalações. Entregas feitas por drones, como foi proposto pela Amazon, provavelmente demoram um pouco mais. Devem ser vendidos 300 mil drones neste ano, fazendo com que o total de dispositivos no mercado alcance a 1 milhão. A maioria será comprada por consumidores, mas as principais aplicações, de acordo com a Deloitte, serão empresariais.

A indústria tem investido muito mais em impressoras 3D do que os consumidores, principalmente para usá-las na prototipagem de produtos. Neste ano, devem ser vendidas 220 mil unidades em todo o mundo, gerando uma receita de US$ 1,6 bilhão. "Cerca de 80% desse valor vão ser gastos pelo mercado corporativo", diz Solange Carvalho, diretora da Deloitte.

Publicidade

A chamada internet das coisas, em que todos dispositivos passam a ser conectados, tem se tornado uma realidade antes nas empresas do que na casa das pessoas. A utilidade de se monitorar em tempo real o maquinário pesado, e de configurá-lo remotamente, é muito maior do que colocar em rede a geladeira ou máquina de lavar.

Receitas

O Watson, computador da IBM famoso por vencer um programa de perguntas na TV, é coautor de um livro de receitas que sai esta semana. Chamado Cognitive cooking with chef Watson ("cozinha cognitiva com o chefe Watson"), também é assinado pelo Instituto de Educação Culinária. O computador recebeu informações sobre sabores, preferências culturais e nutrição, e sugeriu milhares de combinações de ingredientes, que o instituto selecionou e transformou em receitas. Entre as 65 publicadas, estão um burrito indiano e uma quiche tailandesa.

Mensagens

Os aplicativos de mensagem alcançaram as redes sociais. Segundo a Business Insider, os quatro maiores aplicativos - WhatsApp, Facebook Messenger, WeChat e Viber - fecharam março com 2,125 bilhões de usuários. É o mesmo número de usuários do Facebook, Twitter, LinkedIn e Instagram juntos.

Publicidade

No Estado de hoje ("Quem dita tendências", p. B8).

Siga este blog no Twitter e no Facebook.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.