
Imagine você voltando do trabalho em seu carro, quando você se lembra de que deve passar no supermercado para comprar alguns itens que estão faltando em sua casa. Como você já havia preparado a lista no site do seu supermercado habitual, basta entrar no aplicativo do supermercado pelo painel do seu carro e avisar que você está a caminho para pegar sua compras. Imediatamente o aplicativo do carro informa ao supermercado a sua posição – identificada pelo GPS – e calcula o tempo que você levará para chegar ao estabelecimento. No momento previsto para sua chegada suas compras são disponibilizadas numa gaiola, cuja senha está agora no painel do seu carro. Você digita a senha, retira suas compras e o aplicativo do carro faz automaticamente o pagamento. Uma operação que hoje pode levar cerca de uma hora (entre você estacionar o carro, colocar os itens no carrinho, passar no caixa e colocar as compras no carro) se reduz a bem menos do que cinco minutos.
Tudo isso será possível em muito breve, já que os fabricantes de automóveis estão se preparando para abrir suas APIs (interfaces para desenvolvimento de aplicativos de terceiros) para o mercado. Uma destas plataformas atende pelo nome de
Smart Device Link e reune fabricantes como Ford, Toyota, Mazda, Subaru, Suzuki, entre outros. Outras já estão funcionando, como Car Play, da Apple, e Android Auto, do Google.
VISA e Mastercard têm feito pesados investimentos na facilidade de integração e na segurança das soluções em parcerias com empresas como Accenture e IBM. Estão apostando no carro conectado como uma pequena ponta do enorme iceberg que será a Internet das Coisas. E, neste movimento todo, o que chama a atenção é a lentidão dos bancos, que parecem não estar enxergando os automóveis como uma das novas plataformas em que vai se travar uma imensa batalha pelo engajamento dos usuários. O mundo digital é cada vez mais cruel com aqueles que perdem o timing para entrar no mercado. Ainda está em tempo dos bancos acordarem para isso.