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Por dentro das inovações em serviços financeiros

Consultoria financeira para todos os bolsos

Por Guilherme Horn
Atualização:
 

Já escrevi aqui neste espaço sobre como os "robo advisors" (os sistemas baseados em algoritmos que aconselham os usuários sobre seus investimentos) estão ganhando relevância, no mundo todo, na área de investimentos. Somente nos EUA, os ativos sob gestão (AuM em inglês) destes robôs já passam de U$ 50 bilhões (incluindo os incumbentes, como Vanguard e Charles Schwab). Mas como toda tendência também é alvo de críticas e reações, com os robôs não poderia ser diferente.

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Com a convicção de que aconselhamento em Finanças não dá pra ser automatizado e massificado, o australiano Andrew Lai resolveu pedir demissão do NAB (National Australian Bank), onde trabalhou por sete anos, para montar a startup Financial Ask, hoje uma das estrelas do promissor cenário australiano de Fintechs. A Financial Ask reune dezenas de consultores financeiros, experientes e qualificados, para responder perguntas de todo tipo, relacionadas a Finanças pessoais. É o que Lai chama de democratização da consultoria financeira, uma vez que um serviço com esta qualidade normalmente só é oferecido para clientes de alta renda. Os consultores passam por um processo de curadoria, no qual sua experiência e qualificação precisam ser comprovadas. E todas estas informações ficam disponíveis para que o usuário saiba com quem está falando, conferindo credibilidade às opiniões e respostas dadas aos questionamentos.

Para os consultores credenciados pela plataforma, é uma oportunidade de prestar seus serviços sem qualquer conflito com a oferta de produtos, uma vez que a plataforma não distribui nenhum fundo de investimento ou qualquer outro produto. Eles são remunerados pura e simplesmente pelas respostas dadas; e a satisfação dos usuários com estas respostas se converte em qualificações positivas, que vão servir para colocá-los no topo do ranking, ganhando visibilidade na plataforma.

Segundo Lai, o segredo para o bom aconselhamento financeiro está na personalização. Por isso, ele acredita que os robo advisors não serão capazes de se autosustentar, pois acredita que eles sejam úteis apenas para atender a parte do processo, como por exemplo medir o apetite ao risco do usuário, mas não para substituir o serviço completo de consultoria.

Na verdade, o que Lai está defendendo é o que muitas empresas que utilizam robo advisors já fazem hoje, que é mesclar os algoritmos com a opinião pessoal de um especialista. Este, por sinal, é o caminho que acredito que veremos também em muitas outras áreas: os algoritmos resolvendo as situações básicas e rotineiras e os especialistas cuidando dos problemas mais específicos. Este tipo de solução já está sendo testado na Medicina e na Advocacia, por exemplo, e os resultados até agora são muito promissores.

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