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Por dentro das inovações em serviços financeiros

Investindo um Big Mac

Por Guilherme Horn
Atualização:

 

 

Muitos brasileiros deixam seu dinheiro na Caderneta de Poupança, mesmo sabendo que rende muito pouco, porque acham que investir é algo complicado, arriscado e só para quem tem muito dinheiro. Nos EUA não é muito diferente. É por isso que David Ronick, Brandon Krieg e Ed Robinson fundaram a Stash, uma startup de microinvestimentos.

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O negócio foi criado após os fundadores entrevistarem centenas de norte-americanos comuns que não investem seu dinheiro e entenderem que os motivos para esta atitude acabavam recaindo sobre duas justificativas: investir é complicado e caro (nos EUA a maior parte dos investidores têm os seus advisors, uma espécie de consultores financeiros individuais, que geralmente cobram cerca de 1% ao ano sobre o seu patrimônio para fazer a gestão dos seus recursos).

Na Stash, o investimento inicial é de apenas 5 dólares, menos do que custa um BigMac. O microinvestidor paga uma taxa fixa de 1 dólar por mês. Todo o processo é feito pelo aplicativo no celular, disponível para iPhone e Android. É tudo muito rápido, feito em poucos minutos. O usuário responde a algumas perguntas, que servem para traçar o seu perfil de risco. E depois escolhe dentre 30 opções de investimentos, seguindo uma das três categorias: eu quero, eu gosto ou eu acredito. As 30 opções são compostas por ETFs (Fundos de Índices listados em Bolsa) da Blackrock e Vanguard, as duas maiores gestoras destes fundos nos EUA. Como os nomes das ETFs não são muito "amigáveis", a Stash traduziu os 30 fundos para descrições de temas, como: negócios sustentáveis, empresas de internet, companhias globais, etc. Assim, fica fácil para o usuário identificar o tema que mais tem a ver com o seu estilo de vida. Por exemplo, alguém que goste de tecnologia se sentirá mais confortável em investir em empresas de Internet. Já um usuário que seja um defensor de questões ambientais provavelmente terá interesse em investir em empresas consideradas "verdes".

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O que a Stash está fazendo é dar acesso a pessoas comuns ao mundo dos investimentos, através da redução da barreira de entrada. Os fundadores da startup apostam que o maior desafio nesta jornada é vencer esta inércia. Dado este passo, a crença é de que o usuário se sentirá confortável e estimulado a seguir aumentando o seu patrimônio. A iniciativa é louvável. Mas confesso que tenho dúvidas se o negócio será sustentável no longo prazo.

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