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O fim da volatilidade das Criptomoedas

17/09/2018 | 09h00

  •      

 Por Guilherme Horn

A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin, chegou a ter um valor total de mercado de mais de U$ 320 bilhões, em dezembro de 2017. As bolsas de criptomoedas chegaram a movimentar mais de U$17 bilhões por dia e estima-se que mais de 50 milhões de pessoas no mundo já tenham usado criptomoedas para alguma transação.
Embora estes números mostrem uma boa pré-disposição ao uso das criptomoedas, a sua adoção em massa ainda não aconteceu; ela sempre se chocou com duas grandes barreiras: a alta volatilidade das cotações e a falta de regulamentação.
A alta volatilidade significa que as cotações das criptomoedas variam significativamente todos os dias. Ou seja, se um usuário faz um pagamento de 1 bitcoin num determinado momento, segundos depois aquele bitcoin pode valer mais ou menos 5%, por exemplo. Dificilmente, então, consegue-se estabelecer um sistema de pagamentos com tal volatilidade, pois as partes não vão querer assumir tais riscos.
O outro grande fator é a ausência de uma regulamentação que suporte o uso das criptomoedas. A maioria dos participantes tende a ser mais conservadora e não quer correr o risco de adotar um sistema monetário ainda não autorizado pelo governo.
Há outros fatores que também atuam freando a utilização das criptomoedas, como a própria experiência de uso, que não é das mais simples, ou questões técnicas, como a escalabilidade para transacionar na mesma velocidade dos atuais sistemas de pagamentos. Ambas representam desafios que acredito que serão superados rapidamente e, portanto, não listaria na categoria de grandes barreiras à adoção em massa.
Voltemos então aos principais entraves. O principal deles, a volatilidade, pode estar próximo de ser superado, com a disseminação das chamadas “stablecoins”, que são criptomoedas que possuem uma cotação estável em relação a algum ativo amplamente aceito no mercado.
O conceito não é novo. A primeira stablecoin, a Tether, foi criada em fevereiro de 2015, em cima de uma plataforma aberta chamada Omni. Nesta época, entretanto, os desafios de adoção das criptomoedas eram outros e o conceito ficou adormecido. Havia também por parte da comunidade cripto um certo preconceito contra atrelar criptomoedas a um ativo do mundo real. Isto, para muitos, ia contra o conceito libertário e anarquista da invenção de Satoshi Nakamoto.
Com o passar do tempo outras stablecoins foram criadas e hoje elas agrupam-se em três categorias: 1- com lastro em moedas tradicionais; 2- com lastro em criptomoedas; e 3- baseada num algoritmo de estabilização de preços.
O primeiro grupo é fácil de entender. É feito um depósito em moeda corrente, por exemplo, dólares, num banco, e este valor servirá de garantia de paridade para a cotação da criptomoeda. No segundo grupo, é feito o mesmo com uma outra criptomoeda, por exemplo, o Bitcoin. E o terceiro grupo é um caso mais complexo, onde é criada a figura de um “banco central” descentralizado (que pode ser um software), que fica comprando e vendendo a moeda de forma automática, com o objetivo de estabilizar a sua cotação.
Nas três categorias, há argumentos prós e contras e muitas questões ainda a serem discutidas. A grande novidade do mercado, no entanto, veio com os irmãos Winklevoss, aqueles mesmos do Facebook. Eles são ativos no mercado de criptomoedas há alguns anos. Criaram em 2014 uma moeda chamada Gemini e agora acabaram de obter de um regulador de Nova York, o NYDFS (Departamento de Serviços Financeiros de Nova York), a permissão para criar o Gemini Dollar, uma stablecoin atrelada ao dólar. Segundo Tyler Winklevoss, “esta é a primeira stablecoin regulada do mundo”, o que pode abrir espaço para uma adoção mais ampla das criptomoedas.
Ainda há muitos episódios nesta série, mas podemos estar entrando numa nova temporada, com novos atores entrando em cena.

    Tags:

  • bitcoin
  • criptomoedas
  • fintech
  • stablecoins

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Sobre o Blog

Guilherme Horn, PhD, é um dos maiores especialistas do Brasil em serviços financeiros digitais, segmento conhecido como Fintech. Com experiência de mais de 20 anos no segmento, ele foi um dos fundadores da corretora de valores digital Ágora, vendida em 2008 para o Bradesco, e CEO e fundador da Órama, eleita pela Amazon a fintech mais inovadora do mundo em 2012. Atualmente, é Diretor de Estratégia Digital e Inovação do Banco Votorantim, Conselheiro da ABFintechs e da Anjos do Brasil, e mentor da Endeavor. Horn é também Editor do blog Finnovation e colunista da ÉPOCA Negócios. Neste blog, Guilherme vai contar os bastidores das inovações das fintechs no Brasil e no mundo.

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