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Por dentro das inovações em serviços financeiros

Transferindo dinheiro para o exterior - o problema continua

Por Guilherme Horn
Atualização:
 

Várias soluções têm aparecido nos últimos anos pra tentar solucionar o problema das transferências de recursos entre países. A Transferwise é uma delas, talvez a mais bem sucedida até o momento. Mas está longe de ter eliminado o problema. No mundo todo, a maioria das transferências internacionais ainda custam caro, em função de tarifas (algumas até escondidas) e taxas de câmbio desfavoráveis para o consumidor.

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Diante de uma situação como esta, uma boa alternativa é usar um comparador especializado, que mostre todas as opções para se fazer aquela operação, sem que sua recomendação seja enviesada por comissões. Pois é exatamente isto que faz a Moneytis, uma startup criada em Paris no final de 2015 e que pretende ter sua sede móvel em diferentes países, para que possam incorporar uma cultura realmente global. Já foram para Amsterdam, e agora estão baseados em San Francisco.

Nos primeiros 6 meses de atuação da startup, ela diz ter economizado 100 mil euros para seus clientes. Funciona de forma muito simples: o usuário informa o valor que deseja transferir, o país de origem e o país de destino. O sistema informa, então, qual a forma mais conveniente (barata, simples e rápida) de fazer a transferência. A empresa cadastrou e já monitora 30 mil rotas possíveis para o dinheiro.

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Fiz um teste e coloquei a intenção de transferir 1.000 reais para os Estados Unidos. O sistema me deu como melhor opção a Transferwise. Ele me disse exatamente qual o valor que vou receber: 305.60 dólares. E informou também quanto receberia se usasse dois dos maiores bancos brasileiros: 270.70 dólares.

E como eles ganham dinheiro? Fazem questão de deixar isto bem claro no site: ganham uma comissão pela indicação, caso o usuário realize a transferência.

O grande desafio da Moneytis é o mesmo de qualquer comparador: manter-se e atualizado e relevante para o usuário. Explico: nem todas as instituições atualizam suas condições (taxas e tarifas) de forma automática, em tempo real. Isto acaba exigindo um esforço de integração muito grande, muitas vezes exigindo interferências manuais nos processos. Com uma abrangência muito grande, o problema ganha uma escala desafiadora. Além disso, muitas vezes um determinado banco possui processos diferentes para os diversos segmentos: ou seja, uma transferência pode ser simples para um cliente de um segmento, porém exigir a presença numa agência para outro segmento, ou para não clientes. Tudo isso adiciona complexidade aos resultados e, caso o usuário se depare com uma situação desta, às vezes, uma tentativa de uso é suficiente para que ele não retorne mais. Em resumo, o problema existe e é uma necessidade real de muitos usuários diariamente, no mundo todo. Resta saber se a Moneytis terá a capacidade para superar todos os seus desafios.

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