Um estudo realizado pela empresa “Third Way”, em 2017, mostrou que as empresas que fazem IPO reduzem, nos cinco anos seguintes, em cerca de 40% a quantidade de registros de novas patentes. A conclusão é de que a pressão do mercado por resultados mais imediatos influencia negativamente a capacidade de inovação destas empresas.
Foi com base nisso que Eric Ries, o criador da metodologia Lean Startup – e autor do livro com o mesmo nome, que vendeu mais de 1 milhão de cópias – teve a ideia de criar uma nova Bolsa de Valores, focada em empresas que precisam de tempo para dar algum retorno financeiro aos seus investidores. Na LTSE (Long-Term Stock Exchange), a ideia é que não haja a tradicional pressão na divulgação dos resultados trimestrais. As regras ainda serão definidas, mas Ries já deu um exemplo para ilustrar o que está em sua mente: os acionistas terão poder de voto conforme o tempo de propriedade das ações. Ou seja, quanto mais tempo o investidor segurar o ativo, mais influência ele terá sobre a gestão da empresa.
Na semana que passou, a LTSE recebeu o sinal verde da SEC, o regulador norte-americano. Ries já havia levantado 19 milhões de dólares junto a investidores e agora quer correr para colocar o MVP (minimum viable product) no ar. Irá seguir a risca a sua metodologia: vai colocar uma versão mínima no ar para que os usuários possam testar e dar feedback. Com base nisso, vai poder melhorar continuamente o produto. A ideia é que as empresas possam listar seus papéis na LTSE e nas demais bolsas mais tradicionais, como NYSE e NASDAQ. Assim, Ries espera não se posicionar como um concorrente dos gigantes do setor.