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Inovação e tecnologia no mundo das startups

Bradesco busca ajuda de startups para inovar

Banco lança programa InovaBra em busca de projetos inovadores de startups

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Por Ligia Aguilhar
Atualização:
 

Em busca de soluções inovadoras para tentar acompanhar a revolução digital que atinge o setor bancário, o Bradesco seguiu a tendência de outras grandes empresas e vai abrir suas portas para as startups.

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O segundo maior banco privado brasileiro lança hoje em todo o País o InovaBra, programa para descobrir projetos inovadores de startups que possam ser adaptados ao setor de produtos e serviços financeiros.

Com dez meses de duração - sendo quatro meses para o processo seletivo - o banco espera selecionar até uma dezena de empresas em estágio inicial para, ao longo de seis meses, desenvolver um serviço ou produto inédito no mercado e integrar sua tecnologia com a do banco. Ao final, as startups que formatarem suas soluções com sucesso terão como prêmio um contrato com o Bradesco, para entrar no mercado já com um grande cliente em seu portfólio.

 

"Boa parte das startups tem medo de procurar uma empresa do tamanho do Bradesco, porque nossas primeiras perguntas serão quem eles são e se têm a capacidade de execução que precisamos", diz o diretor vice-presidente do Bradesco, Maurício Minas. "Criamos o programa para essas pequenas empresas virem aqui fazer seus produtos conosco, em vez de responder a uma apresentação em Power Point", diz.

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De hoje até 17 de outubro, o banco aceitará, no site do InovaBra, inscrições de empresas em estágio inicial que estejam desenvolvendo seu produto, mas ainda não tenham entrado no mercado. Dentre as inscritas, serão selecionadas 40 empresas que passarão por um processo de imersão para conhecer o banco e serão avaliadas em quesitos como qualificação da equipe, potencial de geração de valor, capacidade de entrega, potencial de inovação e mensuração de risco. Vinte serão aprovadas para um etapa de avaliação com um grupo de executivos do banco. Dessas, cerca de dez efetivamente seguirão para a fase de concepção do projeto dentro do banco.

A iniciativa marca a primeira incursão do Bradesco pela inovação aberta. Até hoje, todo o processo de desenvolvimento de novas soluções do banco era interno. "Há dois, três anos, paramos para nos questionar se nosso modelo de inovação era o mais eficiente. Estruturamos processos e metodologias para a inovação fechada, mas como estamos cada vez mais digitais e precisávamos de um conceito mais de ruptura, achamos que talvez a inovação fechada não fosse suficiente para a gente", diz Minas. Em busca de ideias fora da caixa, o banco decidiu recorrer às startups."Queremos sair da zona de conforto e ter mais opções de negócio no médio e longo prazo", diz Minas.

A ideia de trabalhar com startups veio após uma pesquisa sobre como a inovação está sendo realizada nos mercados americano e europeu. Minas diz ter constatado que no Brasil ainda não existe uma valorização correta da inovação. "A grande dificuldade das startups não é ter um bom produto ou modelo de negócio. Também não é financeira, porque há pessoas dispostas a dar dinheiro para essas empresas. O grande problema está na grande barreira de entrada, em como essas empresas vão sobreviver até achar um grande mercado", diz.

É esse grande mercado que o Bradesco que oferecer às startups escolhidas pelo seu programa. Em vez de dar financiamento para que os empreendedores toquem seus projetos, o Bradesco quer trabalhar junto com eles no desenvolvimento de produtos e oferecer a si mesmo como "prêmio" final.

O banco procura soluções em cinco áreas estratégicas: meios de pagamento, canais digitais, produtos, seguros e Banco do Futuro - que engloba iniciativas que possam ser adotadas nos próximos anos por qualquer área do banco.

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Durante os seis meses de desenvolvimento e integração do produto com o banco, as startups deverão se dedicar exclusivamente ao Bradesco, podendo ao final ir ao mercado em busca de outros clientes. "Se algo já foi ao mercado não é mais inovador", explica Minas. Nesse período, profissionais do banco vão dar suporte para as startups desenvolverem também seu modelo de negócio, por meio de consultorias de negócios.

No fim do programa, as empresas que se destacarem poderão receber um investimento do banco.O fundo de private equity do Bradesco, focado em negócios de médio a grande porte, demonstrou interesse em conhecer as empresas selecionadas pelo InovaBra para avaliar oportunidades de investimento e eventualmente criar uma linha para startups.

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