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Inovação e tecnologia no mundo das startups

Startup brasileira quer entrar na briga do streaming de música

Por Ligia Aguilhar
Atualização:

Enquanto muito se especula sobre a aguardada estreia do Spotify no País (o serviço já está em testes), uma startup brasileira desenha um modelo de negócio que pretende atrair público tentando resolver um dos maiores problemas do mercado de streaming: a remuneração dos músicos.

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O negócio foi criado pelo economista e músico Dauton Janota, que no último sábado, 1, apresentou no Midem -- maior encontro de empresas ligadas à música em Cannes, na França -- a Pleimo, serviço de streaming brasileiro que será lançado globalmente em março.

A proposta da Pleimo é trazer um mix de artistas independentes e populares, gerando ao usuário sugestões de novos artistas que ele poderá gostar de conhecer a partir de um algoritmo que identifica suas preferências e humor (algo similar ao que faz o Beats Music, streaming de música lançamento recentemente pelo rapper e produtor Dr. Dre). "Se uma pessoa ouvir uma música do Skank, conseguimos sugerir uma banda similar da Croácia, o que resulta no conhecimento de novas culturas", explicou Janota ao Start. A ferramenta também tem um sistema de análise de dados para gerar informações como o tipo de música mais ouvido em cada região do País.

O "pulo do gato", porém, está em uma série de outros recursos para ajudar o artista a aumentar sua remuneração a partir da venda de produtos. Haverá um espaço para campanhas de crowdfunding (financiamento colaborativo), venda de música e vídeos, venda de ingressos para shows, produtos como camisetas e canecas (com um sistema que ajuda o artista a criar esses produtos), e pagamento de comissão para bandas que conquistarem novos assinantes para a plataforma. Janota diz que o músico ficará com 80% do valor arrecadado e a Pleimo, com outros 20%. Nos Estados Unidos, o Spotify já testa uma ferramenta para músicos venderem produtos dentro da plataforma.

Dauton não teme a concorrência e diz que a má-fama do Spotify entre os músicos (bandas como o Radiohead já fizeram duras críticas ao sistema de remuneração do serviço) deve ajudar outras plataformas como a sua Pleimo a ganhar espaço. Além do fato deque a venda de ingressos e produtos é a estratégia adotada por muitos artistas para driblar a crise da indústria fonográfica (Bruce Dickinson falou que essa é a estratégia do Iron Maiden, durante a Campus Party).

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Como não é só com artistas independentes que se ganha assinantes, Dauton diz que a sua startup terá também um acervo de 32 milhões de faixas de artistas já estabelecidos no mercado. "Não há concorrentes nesse âmbito. Acreditamos que a nossa filosofia irá se instaurar organicamente", diz. Atualmente, a Pleimo afirma possuir 75 mil artistas inscritos e 5 milhões de músicas em seu acervo.

No grupo de investidores do negócio está Henrique Portugal, tecladista do Skank. A Pleimo é um projeto antigo de Janota, existente desde 2009, e que passou por uma reformulação, com o lançamento da nova fase previsto para março.A startup tem investimento de mais de US$ 9 milhões e mantém escritórios nos Estados Unidos, Japão, Inglaterra, Filipinas, Portugal e China

Os desafios no mercado são enormes. Segundo o analista Roger Entner, da Recon Analytics, serviços de streaming musical precisam entre 5 e 10 milhões de clientes pagantes para que o negócio seja lucrativo.

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