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Inovação e tecnologia no mundo das startups

Startup cria serviço de homenagem póstuma com QR Code

Memoriall permite que familiares e amigos acessem uma biografia da pessoa falecida pelo celular, a partir da leitura de um QR code colado na lápide do jazigo

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Por Ligia Aguilhar
Atualização:
 

Um e-mail chamou a atenção na caixa de entrada da equipe do Link hoje cedo. Era uma apresentação da Memoriall, uma startup que criou um serviço novo em um mercado pouco explorado pela tecnologia: o de funerais. A empresa oferece a possibilidade de criar uma biografia completa de pessoas falecidas que pode ser acessada por meio da leitura de um QR Code - código bidimensional para ser lido por smartphones e tablets - afixado na lápide do homenageado.

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"A ideia é manter viva a lembrança dos antepassados e poder compartilhar com as gerações seguintes as informações, os desejos e as realizações de quem nos deixou", me explicou Ricardo Marques, o empreendedor por trás da startup.

O serviço está disponível no site da Memoriall e custa entre R$ 70 e R$ 250. A startup também negocia parcerias com cemitérios para que o serviço seja ofertado às famílias. A proposta, porém, é que as pessoas possam compra ainda em vida e montar da forma que quiserem a sua biografia. Entre os itens disponíveis no sistema da empresa estão criar a árvore genealógica da família ,biografia, mural de fotos e links, mensagens personalizadas, obituário, vídeos e segredos. Sim, segredos!

"Hoje você sai de casa e não sabe se volta. Então você pode cadastrar suas senhas bancárias para que sua família não fique sem dinheiro caso aconteça algo com você. Ou acontece muito também de uma pessoa idosa que está muito doente querer deixar uma mensagem para o futuro aniversário do neto que vai nascer", diz Marques.

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Todas as informações só se tornam acessíveis para outras pessoas após o falecimento do usuário do sistema. Para avisar a empresa sobre a morte de uma pessoa há três métodos: em um deles, o usuário cadastra até três pessoas de sua confiança para receberem e-mails a cada três meses, seis meses ou um ano, pedindo para confirmar se a pessoa ainda está vida. No outro, o próprio usuário recebe e-mails periódicos pedindo para confirmar se ainda está vivo. Se não responder dentro de um período especificado, o conteúdo é divulgado. Por fim, os cemitérios parceiros da empresa também conseguem informar do falecimento de um usuário no momento do funeral.

"A essência do negócio nasceu quando comprei um jazigo. Eu queria compartilhar a história de um familiar que faleceu, porque essa pessoa teve uma história que os netos não iriam conhecer, e não encontrei nada que permitisse isso", diz Marques, que investiu R$ 30 mil no negócio e agora procura um investidor para ajudar a escalar a startup.

O criador da Memoriall buscou inspiração em negócios do exterior para criar sua empresa. Embora o negócio pareça inusitado por aqui,já existe um mercado bem desenvolvido de startups que prestam serviços para funerais. Dá uma olhada nessa lista da AngelList.

Há desde sites que ajudam a organizar todo o funeral pela internet até empresas que se comprometem a levar as cinzas do falecido para o espaço (true story, saiba mais aqui).

E tem até o engraçadinho Startup Funeral, que organiza encontros de empreendedores de startups que não deram certo para que eles possam contar sua história e, enfim, enterrar a startup malsucedida.

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