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Dá para confiar nos números de pirataria?

Os números apresentados sobre pirataria são falsos. É o que diz o Cato Institute, em pesquisa publicada pelo Freakonomics.

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Por Tatiana Mello Dias
Atualização:

Os apoiadores do endurecimento legal contra a pirataria (as leis Stop Online Picacy Act e Protect IP Act) dizem que a prática custa à economia dos EUA até US$ 250 milhões por ano.

Mas o número está inchado.

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Para se ter uma ideia, o Instituto de Políticas de Inovação dos EUA diz que a pirataria rovocou uma perda de US$ 58 milhões. É um número cinco vezes menor do que dizem os apoiadores da SOPA/PIPA.

O número ainda não é 100% confiável. Segundo Julian Sanchez e Tim Lee, do Cato Institute, os dois levantamentos têm problemas de metodologia.

Os apoiadores da Sopa e Pipa dizem também que a pirataria é responsável pela perda de 750 mil empregos nos EUA. Isso é impossível: esse número é duas vezes o que toda a indústria cinematográfica dos EUA empregou em 2010.

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A verdade é que não há uma base de dados totalmente confiável para basear as perdas com a pirataria. A questão, diz o Freakonomics, vai muito além dos dados: é sobre os efeitos econômicos.

(clique para ampliar) Foto: Estadão

Há, por exemplo, pessoas que compram um DVD e mesmo assim baixam uma cópia pirata no BitTorrent. Ou outras que baixam um disco ou filme sem tê-lo comprado. "Isso é especialmente verdade se o consumidor vive em um país pobre e não tem dinheiro para comprar a música e o filme que ele baixa. Nós devemos contar essa categoria de download como uma 'venda perdida'", questiona o Freakonomics.

Outra questão é o mercado de trabalho. A relação entre a pirataria e a perda de empregos é tão direta quanto a indústria diz? Se um emprego é perdido em música ou cinema, outro pode ser criado em outra área. "O dinheiro que um pirata não gasta em músicas e filmes certamente será gasto em outro lugar", escreveram Kal Raustiala e Chris Sprigman.

(imagem: Rational Argumentator)

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