'Ainda não chegamos a um consenso para tratar viciados digitais', diz psicóloga

A psicóloga Kimberly Young foi pioneira no estudo de dependência em tecnologia e é uma da principais defensoras do uso consciente de smartphones

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Por Mariana Lima
Atualização:
Kimberly Young foi uma das primeiras especialistasa estudaro vício em tecnologia Foto: Ted

Em 1995, quando boa parte das pessoas do mundo sequer tinha acesso à internet, a psicóloga Kimberly Young já estudava o vício em tecnologia. 23 anos depois, com o mundo cada vez mais conectado, a especialista diz que a sociedade precisa rever a forma que usa seus smartphones e computadores antes de ficarmos doentes.  Em entrevista ao Estado, Kimberly falou sobre a evolução do assunto nos últimos anos e como é possível ter uma vida saudável, mesmo com a tecnologia sempre nos rodeando. A seguir, confira trechos da entrevista.

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Estado: Quando o uso excessivo de internet começou a ser estudado? Kimberly Young: Eu fui a primeira a tratar o assunto, ainda em 1995, porque achei que as pessoas estavam aceitando de forma equivocada a tecnologia na vida delas. Hoje, eu já considero que isso seja uma doença e ainda bem que muitos governos e especialistas já perceberam isso.

Qual é o melhor tipo de tratamento para viciados em tecnologia? A discussão sobre a doença e o tratamento de viciados em internet ainda está muito no começo. Entendo que ainda estamos em uma fase anterior, de treinamento de médicos para identificar se uma pessoa é ou não viciada. Estabelecer um padrão para cuidar de dependentes de internet tem sido o maior desafio e ainda não conseguimos achar a solução para isso.

Os smartphones são vilões nessa história? A vida de qualquer pessoa é mais conveniente com um celular e não estou dizendo que os smartphones são ruins. A questão aqui é que as pessoas estão se viciando nele e isso não é bom.

Ainda é possível viver offline? Sim, mas acredito que podemos viver de bem com a tecnologia, mas precisamos de educação e boas práticas para fazer isso. Já existem boas instituições, inclusive no Brasil, fazendo este trabalho de conscientização.

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