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Aos 30 anos, web precisa amadurecer, diz Tim Berners-Lee

Para o criador da web, a data é motivo de comemoração, mas com ponderações

12/03/2019 | 11h52

  •      

 Por Agências - Reuters

Tim Berners-Lee criou a web em 1989

REUTERS/Valentin Flauraud

Tim Berners-Lee criou a web em 1989

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A World Wide Web precisa redescobrir seus pontos fortes e amadurecer, disse Tim Berners-Lee, cientista britânico que desenvolveu a web, nesta segunda-feira, 11, um dia antes do aniversário de 30 anos de sua criação. Para Berners-Lee, a data é motivo de comemoração, mas com ponderações.

Em entrevista no laboratório de física em que desenvolveu a web, o cientista britânico afirmou que recentemente os usuários da web descobriram que ela “não é tão bonita assim”. “As pessoas estão recuando, assustadas após as eleições de Trump e o Brexit, percebendo que a web que eles achavam tão legal não necessariamente está fazendo bem para a humanidade”, afirmou Berners-Lee.

O criador da web demonstrou preocupação sobre como as redes sociais estão apoiando a democracia, e comentou sobre a sequência de escândalos de privacidade que vem sendo revelados. Berners-Lee também criticou o fim da neutralidade da rede, definido pelo governo de Donald Trump.

Entretanto, Berners-Lee não acha que essa situação é um caminho sem volta. “Se desistirmos de construir uma web melhor agora, a web não terá falhado conosco. Nós teremos falhado na web ”, escreveu ele em uma carta aberta sobre o aniversário de sua criação. "É a nossa jornada da adolescência digital para um futuro mais maduro, responsável e inclusivo".

O motivo do otimismo, segundo ele, é o esforço do governo para solucionar os problemas da internet e a indignação das pessoas com interferência em eleições e outros escândalos. 

Sobre o Facebook, o cientista afirmou que o poder se seu algoritmo é “assustador”, mas que a empresa estava pensando sobre as questões, assim como outras redes sociais.

Relembre os escândalos do Facebook de 2018

  •      
Escândalo Cambridge Analytica

Foto: REUTERS/Leah Millis

Em abril, os jornais The Observer e The New York Times publicaram reportagens que mostraram o uso indevido de dados do Facebook, que tinham sido obtidos a partir do quiz This is Your Digital Life, do pesquisador da Universidade de Cambridge Aleksandr Kogan, e depois repassados por Kogan à consultoria Cambridge Analytica. O resultado dessa história é que dados de 87 milhões de usuários do Facebook foram usados na campanha eleitoral do presidente Donald Trump.

Consequências do escândalo

Foto: Simon Dawson/Bloomberg

Logo após a divulgação do escândalo, começou nas redes sociais um movimento defendendo que as pessoas deletassem o Facebook – Elon Musk, presidente da Tesla, foi um dos que aderiu à hashtag #deleteFacebook. Um mês e meio após a notícia do caso, a Cambridge Analytica, chefiada por Alexander Nix, fechou as portas.

Depoimento de Mark Zuckerberg

Foto: Tom Branner/NYT

Por causa do caso Cambridge Analytica, o presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, teve que depor no Senado e no Congresso dos Estados Unidos em abril. Ele assumiu a responsabilidade pelos erros da empresa e chegou a admitir que seus dados estavam entre os dos 87 milhões de usuários afetados pelo escândalo. 

Mudanças após o escândalo

Foto: REUTERS/Thomas Hodel

O escândalo obrigou o Facebook a mostrar esforços de mudança de suas regras de privacidade, transparência e segurança. Logo em abril a empresa redesenhou seus controles de privacidade, para acalmar os ânimos dos usuários e de investidores. A empresa também prometeu lançar uma ferramenta de limpeza do histórico de navegação – entretanto, o recurso só deve ficar pronto em 2019.

Impacto nos negócios

Foto: Leah Millis/ Reuters

No auge do caso Cambridge Analytica, o Facebook perdeu US$ 95 bilhões em valor de mercado. Entretanto, o resultado mais grave dos escândalos apareceu três meses depois da revelação do caso: as ações da empresa caíram 19% e o Facebook perdeu US$ 119 bilhões em valor de mercado, a maior queda diária da história de Wall Street. 

Falha de segurança

Foto: REUTERS/Dado Ruvic

Em setembro, o Facebook revelou que uma falha de segurança dentro de sua plataforma colocou em risco dados de usuários da rede social. Após investigações, a empresa afirmou que 29 milhões de usuários tiveram seus dados pessoais roubados por hackers devido ao problema de segurança. A rede social confirmou que dados como nome, telefone celular e localização dos usuários foram acessados pelos criminosos.

Revelações do The New York Times

Foto: Bloomberg/ Andrew Harrer

Uma reportagem do The New York Times publicada em novembro revelou que o Facebook contratou uma empresa de marketing político chamada Definers Public Affairs para atacar os críticos da empresa, como George Soros, e também para espalhar histórias negativas sobre companhias rivais, como o Google. Além disso, segundo o jornal, a chefia do Facebook desprezou investigações internas sobre a interferência de hackers russos na rede social durante as eleições americanas e também minimizou sua culpa quando o Facebook se defrontou com o escândalo Cambridge Analytica. 

Contratação da Definers

Foto: REUTERS/James Lawler Duggan

A executiva mais envolvida na polêmica foi Sheryl Sandberg, que ocupa o cargo de chefe de operações do Facebook, o segundo mais importante, depois do presidente executivo Mark Zuckerberg. Uma semana após a publicação da reportagem do The New York Times, o antigo chefe de políticas públicas e comunicações da rede social, Elliot Schrage, assumiu a culpa pela contratação da Definers – o executivo decidiu sair da empresa em junho deste ano, em meio ao escândalo do Cambrige Analytica.

WhatsApp na Índia

Foto: REUTERS/Dado Ruvic

Este ano uma série de linchamentos aconteceu na Índia a partir da disseminação de notícias falsas no WhatsApp, aplicativo que pertence ao Facebook. Em julho, o governo indiano alertou a empresa sobre sua responsabilidade no problema. Em resposta, a empresa limitou o encaminhamento de mensagens para até cinco contatos na Índia – o que na sua visão diminui a propagação de boatos – e lançou outras iniciativas para conter a desinformação dentro do aplicativo.

Caso Mianmar

Foto: REUTERS/Jon Nazca

O Facebook foi acusado de influenciar o genocídio feito pelo Estado de Mianmar. Segundo uma reportagem do The New York Times publicada em outubro, a rede social, o Facebook foi usado por militares como uma “ferramenta para limpeza étnica” e que autoridades do país foram “os principais operadores por trás de uma campanha sistemática no Facebook que se estendeu por meia década e teve como alvo o grupo minoritário rohingya, de maioria muçulmana”.

Falha expõe fotos privadas de usuários

Foto: Bloomberg photo/ Andrew Harrer

Em dezembro, o Facebook informou que uma falha na rede social expôs fotos privadas de cerca de 6,8 milhões de usuários a desenvolvedores de aplicativos. Terceiros tiveram acesso a imagens não autorizadas, como as publicadas no recurso Marketplace, comunidade de compra e venda dentro da rede social, no Facebook Stories e também as fotos que foram carregadas na rede social mas nunca postadas de fato. Segundo a empresa, mais de 1,5 mil aplicativos de 876 desenvolvedores tiveram acesso inapropriado às fotos dos usuários.

Parcerias com gigantes de tecnologia

Foto: Tom Brenner/The New York Times

Em dezembro, o jornal The New York Times revelou que o Facebook compartilhou dados de usuários com gigantes de tecnologia. A reportagem afirmou qque rede social tinha parcerias com mais de 150 companhias para partilhar dados sem consentimento. Netflix e Spotify, por exemplo, podiam acessar até mensagens privadas dos usuários. O Facebook rebateu as acusações e disse que as parcerias estão de acordo com as regras dos Estados Unidos.

 

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  • Tim Berners-lee
  • internet

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