Após vazamento, Verizon pode rever acordo com Yahoo
Empresa de telefonia afirmou que deve reconsiderar proposta oferecida ao Yahoo após vazamento de dados de 1 bilhão de usuários
16/12/2016 | 05h00
Por Redação Link - O Estado de S. Paulo
A gigante das telecomunicações Verizon afirmou ontem que pretende rever a proposta feita ao Yahoo, em julho deste ano, quando ofereceu US$ 4,8 bilhões pela tradicional empresa de tecnologia. A decisão da companhia de telefonia foi anunciada após o Yahoo revelar um ataque sofrido em 2013, quando informações vinculadas a mais de 1 bilhão de usuários da plataforma foram comprometidas.
“Nós iremos avaliar a situação enquanto o Yahoo continua com sua investigação”, declarou hoje a Verizon em comunicado divulgado no Twitter por seu porta-voz, Bob Varettoni, após saber do roubo de dados privados do Yahoo. “Analisaremos o impacto destas novidades antes de chegar a qualquer conclusão.”
Fontes disseram à agência de notícias Reuters que a Verizon está procurando uma forma de mudar o acordo firmado. É possível que a empresa deduza as perdas financeiras causadas por este novo vazamento do valor que planejava pagar pela empresa. A Verizon teria ameaçado, inclusive, ir à Justiça para romper o acordo, caso o valor oferecido não seja renegociado. De acordo com a agência de notícias Bloomberg, a empresa até pode desistir do negócio se não houver uma nova rodada de negociações.
Antes do anúncio do vazamento, a Verizon já queria rever a proposta feita. Em outubro, a operadora pediu um desconto de US$ 1 bilhão após o Yahoo revelar outro ataque de hackers, além da descoberta de que a empresa digitalizava e-mails de usuários e os enviava para agências de inteligência do governo norte-americano. Analistas de mercado nos Estados Unidos afirmam que a empresa de telefonia pode pedir novo desconto de US$ 2 bilhões.
Até o momento, o Yahoo apresentou perdas de US$ 373,4 milhões nos nove primeiros meses de 2016. Ao longo do dia de ontem, a empresa apresentou queda de 5% em suas ações.
Pesadelo. O Yahoo revelou na noite de anteontem que sofreu um novo ataque aos dados de seus usuários, comprometendo a segurança de informações vinculadas a mais de 1 bilhão de contas , na maior falha de segurança de um serviço deste tipo na história. A empresa, agora, afirma trabalhar com o governo dos Estados Unidos, para garantir a segurança dos usuários afetados pela invasão.
De acordo com informações divulgadas pelo Yahoo, o ataque aconteceu em agosto de 2013 quando um grupo de hackers invadiu os sistemas da empresa. A invasão, porém, só foi descoberta recentemente. “O Yahoo adotou medidas para garantir as contas dos usuários e está trabalhando estreitamente com as forças de segurança”, disse a empresa, em nota.
A empresa afirmou que uma “terceira parte não autorizada” está por trás da invasão, sem oferecer mais detalhes. O vazamento foi descoberto em novembro deste ano, quando autoridades entraram em contato com dados de usuários do Yahoo obtidos por terceiros. Com a ajuda de especialistas forenses, a companhia, então, verificou que os dados roubados eram legítimos.
Dentre as informações comprometidas por conta deste novo vazamento, estão os “nomes, endereços de e-mail, números de telefone, datas de nascimento, senhas e, em alguns casos, questões e respostas de segurança”. O Yahoo garantiu, porém, que dados bancários e informações sobre cartões de crédito de seus usuários não foram violados.
A empresa já afirmou que pediu aos usuários afetados a alteração das senhas de acesso ao serviço de e-mail. Além disso, o Yahoo diz que já invalidou as perguntas e respostas de segurança para que não possam ser usadas.
Segundo a empresa, este vazamento não tem relação com o ataque sofrido pela empresa em setembro deste ano, quando mais de 500 milhões de contas foram violadas e tiveram seus dados extraídos por hackers.
“No primeiro vazamento, a empresa não revelou o anúncio imediatamente. Foi um desrespeito ao usuário dos serviços do Yahoo”, afirma o especialista em segurança digital da empresa de segurança digital Kaspersky, Fabio Assolini. Para ele, o segundo vazamento só foi revelado porque a empresa poderia ser punida pelas autoridades. “Todos os usuários ficarão com a imagem de que o serviço não é seguro”, diz Assolini. “É algo terrível para a marca.”
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