Apple reformula loja de aplicativos para manter interesse de desenvolvedores

Loja agora permite que desenvolvedores divulguem seus apps em resultados de busca, além de dividir com eles uma parte maior da receita

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Por Redação
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  Foto: Reuters

A Apple anunciou uma série de aguardadas melhorias na loja de aplicativos App Store nesta quarta-feira, 8. De acordo com a Apple, a nova loja de aplicativos permitirá que desenvolvedores poderão pagar para melhorar a posição de seus aplicativos em resultados de busca e a empresa norte-americana dará a eles uma parcela maior das receitas com assinaturas. A Apple ainda afirmou que acelerou muito a velocidade de aprovação dos aplicativos vendidos na loja.

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O objetivo é sustentar um ciclo virtuoso no centro do lucrativo negócio criado pelos iPhones. Os desenvolvedores criam aplicativos para o sistema móvel da Apple, o iOS, porque os usuários têm interesse em pagar por eles, entretanto há dúvidas no mercado de que o modelo da loja já esteja ultrapassado.

A loja é mais importante estrategicamente que nunca para a Apple, em um momento em que as vendas do iPhone começam a dar sinais de desaceleração e a companhia busca softwares e serviços para preencher esse espaço. O presidente executivo da Apple, Tim Cook, afirmou em conferência recente que as receitas da App Store subiram 35% no ano passado.

Mas a loja também é vítima de seu próprio sucesso. Oito anos depois de seu lançamento, a App Store tem 1,9 milhão de aplicativos, segundo uma análise da empresa App Annie, o que torna praticamente impossível para desenvolvedores conseguirem das visibilidade a seus produtos. Cerca de 14 mil novos aplicativos chegam à loja toda semana, o que torna mais difícil para os usuários selecionar os aplicativos desejados.

"O espaço para aplicativos ficou fora de controle", disse Vint Cerf, um dos inventores da internet e atualmente vice-presidente do Google durante uma conferência em San Francisco sobre o futuro da web. "Precisamos deixar esta ideia de ter um aplicativo individual para qualquer coisa individual que você queira fazer."

Inteligência. Alguns usuários estão abandonando aplicativos para adotarem serviços de mensagens como o Slack ou o Messenger, do Facebook, que estão ganhando robôs que permitirão que eles avancem em setores como compras online e armazenagem de documentos.

Enquanto isso, rápidos avanços em inteligência artificial podem levar a um mundo em que as pessoas utilizam assistentes digitais controlados por voz como o Siri, da Apple, em vez de abrirem aplicativos individuais.

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Se estas tecnologias decolarem, podem eliminar a vantagem desfrutada pela Apple por meio de seu forte ecossistema de aplicativos e dar mais força ao Google, que é amplamente considerado como líder na inteligência artificial.

"A atual dinâmica é muito favorável à Apple e isso é uma indicação de que podemos ter uma mudança para uma dinâmica diferente em que o Google terá uma forte vantagem", disse Benedict Evans, sócio da empresa de investimentos de risco Andreessen Horowitz. "Não importa o que você faça a uma loja de aplicativos, você sempre vai ter o mesmo problema: É uma lista de milhões de coisas."

Queixa. Os desenvolvedores de aplicativos para iPhone reclamam que não conseguem se destacar dentro da App Store da maneira que a loja se organizava antes da mudança.

Estatísticas da Sensor Tower, uma empresa de análise de aplicativos, mostram uma divisão gritante e crescente entre serviços de alto e baixo desempenho na App Store. Apenas 1% dos desenvolvedores de aplicativos arrecadou cerca de 94% da receita líquida da loja de US$ 1,4 bilhão no primeiro trimestre de 2016.

David Barnard, fundador de uma empresa de desenvolvimento de aplicativos, aplaudiu a nova divisão do valor de assinaturas. De acordo com ele, a mudança vai incentivar os desenvolvedores a investir mais em seus aplicativos. 

Mas receber atenção na App Store permanece um desafio.

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