Brainly quer ser parceiro virtual da lição de casa

Criada na Polônia, rede social educativa já conta com 7 milhões de usuários no Brasil e teve aporte de US$ 15 milhões do fundo Naspers

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Por Bruno Capelas
Atualização:
Estudantes podem ter ajuda virtual na hora da lição de casa Foto: Helvio Romero/Estadão

Toda criança já passou pela experiência de pedir ajuda a algum colega de escola com a lição de casa. Com a internet, no entanto, é possível obter auxílio de qualquer estudante em qualquer parte do mundo – essa, pelo menos, é a aposta da rede social Brainly.

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Criada na Polônia, em 2009, a plataforma tem 7 milhões de usuários no Brasil, seu terceiro maior mercado – Rússia e Indonésia seguem na dianteira do app, que contabiliza cerca de 60 milhões de estudantes em 35 países. 

“Somos uma rede de estudantes que se ajudam, o equivalente digital de pedir ajuda para um colega”, diz Rosario Muñoz, diretora-geral do Brainly para a América Latina, em entrevista ao Estado. A executiva esteve no País na última semana para divulgar o app e mostrar os planos da empresa para conquistar mais usuários. Até aqui, a empresa cresceu de forma orgânica no Brasil. A previsão é que a plataforma chegue a 10 milhões de estudantes em 2017. 

Para Muñoz, o crescimento orgânico da plataforma é seu diferencial. “Muitas empresas tentam alcançar os alunos falando com seus professores. Nós não: já estamos com os estudantes perto de nós”, diz a executiva. Segundo o Brainly, seus usuários no País usam o app por 20 minutos todos os dias, em média.

Com versões disponíveis para Android e iOS, além de uma plataforma na internet, o Brainly funciona de forma simples: para fazer uma pergunta, o usuário precisa de pontos, que são conquistados quando questões de outros estudantes são respondidas de forma correta. “Sabemos pelo comportamento dos estudantes que você só aprende de fato quando ensina alguém”, explica Rosario. 

Para evitar a propagação de respostas incorretas, a empresa tem 120 moderadores voluntários. “Cada pergunta pode receber até duas respostas, e os pontos só são obtidos se quem perguntou decidir que a sua resposta é a melhor.” 

Investimento. Além do número de usuários, a Brainly tem outro fator que a aproxima do Brasil: em maio, a empresa recebeu um aporte de US$ 15 milhões do fundo de investimentos sul-africano Naspers. O Naspers, por sua vez, já possui participações em uma das principais startups do País, a Movile, que controla apps como o infantil PlayKids e o iFood, de pedidos online. 

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Para Rosario, o investimento tem sido suficiente para manter a empresa – o Brainly não tem modelo de negócios definido. “Estamos focados em expansão”, diz a executiva, que garante que a empresa não pretende vender pontos ou cobrar assinaturas dos usuários.

Questionada sobre a definição de “Facebook da lição de casa”, a executiva diz que o app vai além: “Queremos ser mais do que um Facebook educativo. Queremos construir um espaço de aprendizado confortável: perguntar coisas de escola no Facebook nem sempre pode ter um bom resultado.”

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