Brasil registra pico de tráfego de internet no mês de março

Os pontos de troca são estações de transmissão de conteúdo e vídeos são os maiores geradores de tráfego na internet

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Por Bruna Arimathea
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Os Pontos de Troca de Tráfego Internet são estações em que provedores de conteúdo, como Google, YouTube e Netflix, distribuem seu material para outras redes de internet Foto: Pixabay

Apoiado pelo volume de uso do serviços de streaming de vídeo e de outras plataformas digitais, o Brasil registrou um recorde de troca de tráfego na quarta-feira, 16: no dia, foram movimentados 17 terabits sendo enviados por segundo (Tbps). A marca foi registrado pelo IX.br, Iniciativa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e representa um crescimento de 60% em relação ao ano passado. 

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Os Pontos de Troca de Tráfego Internet (PTT) são estações em que provedores de conteúdo, como Google, YouTube e Netflix, distribuem seu material para outras redes de internet. Quanto mais esses conteúdos são consumidos — assistindo séries e filmes ou jogando games, principalmente —, maior será o pico da troca de tráfego. Segundo Julio Sirota, Gerente de Infraestrutura do IX.br/NIC.br, os PTTs não estão ligados ao consumidor final, mas muitas das provedoras de internet recorrem a eles para ter acesso aos conteúdos. 

“A internet é formada por milhares de redes que se interconectam. O Ponto de Troca de Tráfego proporciona que redes que estejam em uma determinada região metropolitana possam se conectar localmente. Com essa distância menor, é possível ter maior velocidade de internet, ganhos econômicos e técnicos”, explica Sirota.  Isso significa que quanto mais próximo estiver o ponto de troca mais qualidade de internet será entregue aos usuários. Hoje, o NIC.br opera 33 pontos de tráfego no Brasil, sendo o de São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza os mais importantes. 

O PTT de São Paulo também registrou altos números no mês de março: atingiu 12 Tbps no dia 9 de março, 50% a mais do que no mesmo período de 2020. Sendo o ponto mais importante do País, é também o maior do mundo em volume de dados e em número de redes conectadas, com mais de 2 mil. 

Anteriormente, o pico de tráfego no País havia sido no dia 7 de março, no horário da noite. O domingo, marcado na TV como o dia da votação do paredão falso no Big Brother Brasil 21, registrou média de 16 Tbps no Brasil, somando todos os PTTs. Apesar de não ser possível atribuir o número ao programa, Sirota afirma que esse tipo de conteúdo pode contribuir indiretamente para a alta. 

“Hoje, o principal fator que gera volume de tráfego na internet é vídeo. É óbvio que esses produtos (Globoplay) fazem parte do pacote. Mas esses volumes de tráfego que a gente tem são tão grandes, que é difícil ter algum evento específico que se reflita na nossa curva de tráfego agregado”, afirma.

O número geral de troca de tráfego tem visto altas desde o ano passado, quando a pandemia obrigou as pessoas a ficarem em casa e utilizar mais serviços de internet. Em março do ano passado, o País já tinha batido um recorde em volume de dados, com 10 Tbps. Desde então, mesmo sem picos parecidos como o registrado nesta semana, os gráficos revelaram uma média estável maior do que nos outros anos. 

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Em março do ano passado, Sirota também afirmou ao Estadão que a infraestrutura de internet brasileira estava preparada para o impacto que a covid-19 poderia trazer aos usuários. “As pessoas não vão passar a consumir duas ou três vezes mais tráfego. Já recebemos pedidos dos provedores de conteúdo para aumentar a capacidade, mas essas empresas sempre se antecipam a possíveis aumento de demanda”.

Também no ano passado, algumas empresas de streaming de vídeo, como Netflix e Globoplay reduziram a taxa de transmissão de dados para não sobrecarregar as redes de internet em todo mundo, mas retornaram às taxas normais depois de alguns meses de operação diminuída.

 *É estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani 

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