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Cai número de linhas de celular no Brasil pela primeira vez, diz UIT

Segundo União Internacional de Telecomunicações, há 126 linhas móveis para cada 100 pessoas no País; no ano passado, eram 139

Por Jamil Chade e GENEBRA 
Atualização:
Aplicativos de mensagens, crise econômica e fim do "efeito clube" provocam queda de número de linhas de celular Foto: Estadão

Pela primeira vez, cai a penetração de linhas móveis entre brasileiros. Dados divulgados nesta terça-feira, 22, pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) indicam que, se em 2014 existiam 139 linhas de celular para cada cem brasileiros, o volume caiu para 126 para cada centena de pessoas em 2015. Além da crise econômica, a popularização de aplicativos de mensagens e conversas de voz, como o WhatsApp, e a redução do efeito clube – em que o usuário possuía chips de diversas operadoras para falar com seus contatos – pesam na redução das estatísticas. 

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Os dados apontam que, mesmo que haja um maior número de celulares que a população nacional, a tendência brasileira vai na direção oposta ao que se registra no restante do mundo, onde a penetração da tecnologia continua a se expandir. Em 2011, eram 119 linhas para cada cem brasileiros. Em 2012, essa taxa subiu para 125. Em 2013, ela era de 135, subindo para 139 conexões para cada cem pessoas pessoas em 2014. 

Em 2015, porém, a tendência se inverteu e o ritmo deve seguir o mesmo caminho neste ano. Em 2016, dados do setor privado também revelam uma queda importante na venda de celulares no País. Na última semana, a consultoria IDC revelou o primeiro aumento na venda de celulares no País nos últimos seis trimestres; a previsão dos analistas, porém, é que o mercado encerre o ano com queda nas vendas de aparelhos. 

Conectados. Apesar dessa nova realidade do mercado, a UIT aponta que um número cada vez maior de brasileiros tem acesso à internet. Em 2014, 50% da população tinha um computador em casa. A taxa subiu para 53% em 2015. Residências com Internet também aumentaram, passando pela primeira vez a marca de 50%. Em 2014, a taxa era de 49%. Um ano depois, ela chegou a 54%. 

Um aspecto que tem contribuído para o maior acesso são os preços mais baratos cobrados por operadoras. Por anos, a UIT indicou que o Brasil estava entre as economias com o preço mais elevado para celular e internet. 

Hoje, no que se refere à banda larga fixa, o Brasil está entre os 32 países com menor custo proporcional. Segundo a UIT, o preço médio da banda larga pelo mundo varia de US$ 10 a US$ 40. No Brasil, porém, a taxa em 2015 foi em média de US$ 8,90. Ainda assim, no Irã, ele é de apenas US$ 3,80 e US$ 2,70 na Ucrânia. 

Nas Américas, ao lado dos EUA, o Brasil aparece hoje como tendo os preços mais baixos para a internet de banda larga. No que se refere aos celulares, o país já aparece na 70ª posição em um ranking com mais de 190 países avaliados. 

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