Campus Party Brasil 2019: saiba quais são as novidades do evento

Desta vez, a feira de tecnologia será no Expo Center Norte; o Estado conversou com Tonico Novaes sobre a identidade da feira, as relações com o governo e os projetos do evento para o País

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Por Giovanna Wolf
Atualização:
A Campus Party acontece esta semana em São Paulo Foto: JF DIORIO/AE

Em 2019, a Campus Party Brasil já tem quase idade para ser um campuseiro – nome dado aos participantes que acamparam durante o evento. Na 12ª edição da feira de tecnologia, que acontece esta semana em São Paulo, 12 mil jovens de diversas partes do País se reunirão no Expo Center Norte para participarem de workshops, palestras e diversas atividades sobre o mundo da ciência, tecnologia e internet. Oito mil deles vão acampar na feira, nas já tradicionais barracas da Campus Party. 

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A principal diferença em relação à edição anterior é a do local do evento – até o ano passado, a Campus Party era realizada no Parque de Exposições do Anhembi. Para Tonico Novaes, diretor-geral da feira no Brasil, a mudança permitirá que a Campus Party ganhe em infraestrutura. 

O ingresso de entrada terá uma opção nova este ano: será possível trocar resíduos eletrônicos por credenciais para o evento. A iniciativa é do Ministério da Ciência Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), que pretende usar os aparelhos para formação de jovens. Depois, a ideia é doar as peças para lugares como bibliotecas e escolas públicas.

Entre as novidades da Campus Party 2019, está o projeto educacional Fórmula 1 in School. Trata-se de uma competição de carros de corridas desenvolvidos por escolas, alimentados por gás carbônico. 

Novaes explica que foi uma preocupação da organização incluir na feira temas de tecnologia que estão no centro das discussões atuais, como aprendizado de máquina. “Acreditamos que é um tema que estará muito em voga nos próximos anos no setor”, disse.

Estarão presentes no evento nesta semana nomes como o engenheiro brasileiro que trabalhou na NASA Ivair Gontijo, a cientista brasileira Joana D’Arc Felix, o fundador do Waze Uri Levine.

Variedades. Mas não é só de ciência e tecnologia que vive o campuseiro. Nesta 12ª edição, haverá também o palco Campus Music, em que bandas de campuseiros se apresentarão na feira e participarão de uma competição – o grande vencedor tocará na cerimônia de encerramento. 

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A Campus Party está consolidando nacionalmente, para além de São Paulo. No ano passado, a edição de Salvador contou com 80 mil pessoas na área aberta e gratuita, a de Brasília com 90 mil, a de Natal com 60 mil e a de Rondônia com 40 mil pessoas. 

O Estado conversou com Tonico Novaes sobre a identidade da feira, os projetos da feira para o País e as relações com o governo. Confira os principais trechos.

Esta edição não tem nenhum grande nome se comparado aos nomes que a Campus Party já trouxe para o Brasil, como o criador da web Tim Berners-Lee e o fundador da Apple Steve Wozniak. A estratégia da feira é investir em mais horas de conteúdo?

Uri Levine é um grande nome, por exemplo, o Waze é um aplicativo que todo mundo usa e acho que todo mundo quer escutar um pouco desta história empreendedora. É difícil hoje em dia você surpreender tanto igual no passado. O evento terá também grandes nomes nacionais, que às vezes não são lembrados porque há dificuldade de valorizar os talentos que temos aqui. Sobre conteúdo, temos como estratégia aumentar cada vez mais as áreas de workshops. Daqui a pouco chegará um momento em que teremos mais workshops que palcos. Cada vez mais as pessoas querem colocar a mão na massa, nós percebemos essa tendência. Assim vamos “festivalizando” mais a Campus Party. 

Nesses 12 anos de Campus Party, a identidade do evento é a mesma?

A campus para gente hoje é um grande hub de comunidades. Conseguimos trazer jovens de baixo poder aquisitivo para eles entrarem nesse ambiente de tecnologia e inovação. Queremos empoderar esse jovem, dar a ele o papel de protagonista. Assim conseguiremos encontrar quem são os novos talentos no ambiente de programação e criatividade, por exemplo. 

No ano passado as Campus ao redor do Brasil foram bem grandes. Como está sendo a experiência de levar o evento para todo o País?

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O Brasil é um país continental. Quando você vai um Campus Party em cidades diferentes, apesar da língua ser a mesma, a cultura é tão diferente que parece ser outro país. Cada lugar tem a sua peculiaridade. Os campuseiros da Bahia, por exemplo, são mais festivos, viram as noites acordados, não sei como conseguem. Os de Brasília gostam de dormir cedo, reclamam que o segurança está falando muito alto. Os de Minas gerais são mais focados em empreendedorismo. As iniciativas ao redor do País com certeza vão continuar.  E vamos ampliar: já temos três Campus que vamos anunciar e, além dessas, temos mais outras três ou quatro regiões agendadas, para onde pretendemos expandir o evento.

Como está a relação da Campus Party com a Prefeitura de São Paulo?

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Muito boa. O Bruno Covas é um excelente parceiro. Estamos trabalhando em conjunto com várias secretarias no desenvolvimento de um hackathon. Por meio dessas atividades conseguiremos encontrar soluções para as secretarias e entregar de fato melhorias para a sociedade. 

Como você está enxergando o novo governo? Ele teve impacto na Campus Party de alguma forma?

Estou enxergando com otimismo. Conseguimos melhorar a captação de patrocínios em 50% em relação ao ano passado, sendo que a maior parte dos patrocinadores nós fechamos depois das eleições. O ministro Marcos Pontes sempre foi um apoiador da Campus Party, é um parceiro. O novo governo manteve o Ministério da Ciência Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o que mostra que eles estão predispostos ao progresso.

*É estagiária, sob supervisão do editor Bruno Capelas

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