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Celular é meio de acesso exclusivo à internet para 49% dos brasileiros online

O dado é da pesquisa TIC Domicílios 2017, divulgada nesta terça-feira pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br); número de domicílios conectados saltou de 54% para 61% dos lares brasileiros

Por Redação Link
Atualização:
Smartphone é a principal ferramenta de acesso à internet Foto: Marco Garcia/The New York Times

Hoje, 49% dos brasileiros que estão online acessam a internet exclusivamente pelo celular. Ao todo, o grupo representa 58,7 milhões de pessoas e mostra como nunca antes os dispositivos móveis foram tão importantes para a presença digital no País. Os dados fazem parte da pesquisa TIC Domicílios, divulgada nesta terça-feira, 24, pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Até então, a maior parte dos brasileiros entravam na rede por acessos combinados entre computadores e celulares – hoje, essa parcela é de 47%. 

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“Hoje, é possível acessar a rede pelo celular por pacotes das operadoras, com preços mais flexíveis”, justifica Alexandre Barbosa, gerente responsável pela pesquisa. “Além disso, tem muitas operadoras que oferecem até WhatsApp e Facebook de graça.” 

Segundo o levantamento, os usuários de classes D e E, bem como aqueles que moram em áreas rurais, são os que mais se encaixam no perfil de quem usa apenas o celular para se conectar – são 80% e 72%, respectivamente, que têm esse comportamento. Já os usuários das classes A e B têm mais opções de dispositivos para navegar – 88% deles usaram pelo menos smartphones e computadores para acessar a rede no ano passado. 

Para Barbosa, o protagonismo do celular não é algo que deve ser comemorado. “O celular é usado como ferramenta para o usuário se comunicar, mas é um lugar limitado para produzir conteúdos e realizar um curso, por exemplo”. O ideal, diz o especialista, seria que todo brasileiro pudesse ter a opção de comprar um tablet ou um notebook.

Acesso. Ao todo, a pesquisa realizou entrevistas em mais de 23 mil domicílios brasileiros entre novembro de 2017 e maio de 2018. Outro achado importante do estudo é um aumento considerável do acesso à internet nas residências brasileiras, mesmo em um período de crise econômica e poder aquisitivo restrito. Em 2017, 61% das casas tinham acesso à rede, enquanto em 2016 apenas 54% eram conectadas. 

Nesse ponto, o comportamento das pessoas de incorporar a Internet às suas vidas se sobrepôs à dificuldade econômica --87% dos brasileiros usam a Internet todos os dias ou quase todos os dias. “Nesse crescimento, é preciso destacar também o papel dos pequenos e médios provedores de acesso à internet”, avalia Barbosa. 

Há, ainda, um longo caminho para a universalização da internet, acredita o especialista. Na avaliação socioeconômica, a pesquisa mostra que ainda existe desigualdade quando se fala sobre acesso à rede no Brasil. A internet está presente em 99% das casas de classe A, ao mesmo tempo em que está em somente 30% dos domicílios de classe D e E. 

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Entretanto, há um leve avanço em comparação com o ano passado, quando apenas 23% das residências das classes baixas eram conectadas. Na zona rural, também houve um aumento: se apenas 26% dessas residências tinha acesso à internet em 2016, em 2017 o valor aumentou para 34%. “Para universalizar a internet, é necessário ter agentes que implementem as políticas certas”, afirma Barbosa, “a própria Anatel, por exemplo, pode e deve cumprir um papel importante nesse processo”. 

Atividades. Ainda segundo o estudo, o comportamento dos brasileiros na internet não mudou muito se comparado aos últimos anos. O envio de mensagens corresponde a 90% das atividades na rede e o uso de redes sociais a 77%. Mas, um aspecto merece atenção: os brasileiros estão assistindo a mais vídeos (em plataformas como Youtube e Netflix) e ouvindo mais músicas na Internet -- 85 milhões de brasileiros têm esses hábitos.

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