Com gritos e explosões, batalha de robôs agita a Campus Party

Equipes, formadas por estudantes de engenharia de todo o País, se organizam para conquistar o prêmio de R$ 5 mil

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Por Matheus Mans
Atualização:
Estudantes de engenharia se preparam antes de colocar seu robôs em batalhas Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Gritos altos e frequentes, que ecoavam por todo o Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, foram ouvidos durante a quinta-feira, 2, na Campus Party. Engana-se quem pensa que são simuladores de realidade virtual ou personalidades internacionais. Os gritos são, na verdade, das torcidas das batalhas do campeonato de robôs. Nelas, as máquinas se enfrentam em duras brigas, que terminam em explosões de óleo, robôs destruídos e, é claro, a alegria do público, que se diverte com as apresentações.

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"É muito divertido", diz, empolgado, o estudante de engenharia Igor Cunha, de 20 anos. Estudante da Universidade Federal de Lavras, ele é o líder da equipe Troia, que representa a instituição de ensino mineira e está em seu quarto ano de existência. "Somos novos neste mundo de batalhas de robôs. Algumas equipes tem 15 anos, 20 anos. Somos novos, mas já estamos batendo de frente", diz o rapaz, orgulhoso.

Apesar do entusiasmo, Cunha mostrava um semblante preocupado e ansioso durante a entrevista dada ao Estado. O motivo? Em cinco minutos, seu robô Pegasus entrava na arena para competir contra o robô Maroto, do Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET) de Minas Gerais. Um vitória deixaria a equipe de Cunha a um passo do primeiro lugar na categoria Featherweight, cujo peso máximo é 13,6 quilos. "Estamos confiantes que vamos conseguir vencer e avançar ainda mais nesta competição", disse o rapaz da universidade mineira.

No momento do embate, tensão. Enquanto a CEFET não tinha torcida, um grupo de cerca de 20 pessoas aplaudia e gritava enquanto Pegasus era colocado na arena. Cunha não tirava os olhos do seu robô, que estava há meses sendo preparado por um grupo de estudantes de engenharia com cerca de 15 pessoas. Rapidamente, os sinais ficam verdes na arena e os robôs avançam. Maroto, um pouco maior e mais lento, demora para chegar perto de Pegasus, que se esquiva e dá um rápido empurrão no robô do CEFET. Neste momento, o piloto do Maroto, o jovem Douglas Piva, fica desorientado e Pegasus, sob a ordem de Cunha, faz o último movimento da luta e acaba com Maroto.

A torcida da Universidade Federal de Lavras foi à loucura. "Mais uma vitória", grita o grupo, em uníssono. Cunha, orgulhoso, abraça sua equipe e diz que agora falta pouco.No próximo sábado, 4,acontecerá a final da categoria Featherweight, que irá definir se Pegasus será o vencedor. Se isso acontecer, a equipe Troia irá embolsar R$ 5 mil. O seu concorrente deverá ser definido até amanhã. Cunha, porém, diz estar preparado. "Queremos mostrar que nós temos capacidade nas batalhas de robôs."

Veteranos. Mais do que o robô Maroto e a equipe da CEFET, Cunha quer mostrar que Lavras é um grande concorrente das equipes tradicionais, como a da Faculdade Politécnica da USP e a equipe de robótica do Centro Universitário FEI, que contam com 15 anos de experiência nas guerras robóticas. O cenário para a turma de Cunha, porém, parece ser positivo.

"Perdemos as três primeiras batalhas", conta o integrante da Gabriel Kim, da equipe de robôs da USP, a Thunderatz. Ele admite que outras equipes fortes estão na competição e que o cenário das batalhas está se transformando. "Agora nós estamos estudando a melhor estratégia para seguir adiante na competição. Mas, apesar disso, aqui é mais show do que outra coisa. São youtubers que decidem o vencedor. Existem outras competições mais sérias e que são mais importantes para nós."

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De acordo com informações da organização, 20 equipes se enfrentam na competição, que acontece até sábado, 4. A entrada é gratuita, já que as batalhas acontecem na Open Campus, que é aberta ao público.

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