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Como as redes 5G vão revolucionar a internet móvel

Além de oferecer velocidade 100 vezes mais rápida que a atual, rede 5G vai permitir que centenas de milhões de sensores permaneçam conectados

Por Agências
Atualização:

Reuters

 

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Por Mark ScottTHE NEW YORK TIMES

Em breve você estará ouvindo falar do 5G, a quinta geração da tecnologia sem fio. Esta tecnologia dará um salto à frente da atual, a 4G, oferecendo uma velocidade para a internet móvel que permitirá ao usuário baixar filmes inteiros em questão de segundos e abrirá caminho para novos tipos de aplicativos móveis.

Mas muitos desafios persistem antes de o 5G se tornar parte da nossa vida diária. Operadoras como a AT&T, fabricantes de produtos de telecomunicações como Nokia e gigantes do setor de tecnologia como Google, todos estão numa batalha para definir padrões globais que serão necessários antes de a tecnologia 5G se tornar corrente. Estas negociações devem continuar até pelo menos 2019, de modo que as redes de celular G5 só estarão disseminadas nos Estados Unidos ou em outros lugares na próxima década.

O que não impede operadoras como Verizon Wireless e fabricantes de equipamentos de telecomunicações como Ericsson de prosseguir seus testes com 5G. Veremos muitas demonstrações da tecnologia no Mobile World Congress, feira de tecnologia e telecomunicações que teve início na segunda-feira em Barcelona.

Diante da mostra dessas demonstrações podemos ver como as empresas estão mais e mais concentradas nas três principais áreas que segundo elas irão respaldar as redes 5G quando os padrões globais estiverem definidos. Eis aqui um manual introdutório sobre o que são essas áreas e o que o 5G significa para você.

Filmes em segundos. Muitas redes móveis já são muito rápidas, alcançando velocidades de download de mais de 15 megabytes por segundo. O que permite aos usuários de smartphones fazer streaming de músicas do Spotify, assistir vídeo no YouTube ou rapidamente checar mensagens no Facebook. Com base nos planos para o 5G, as operadoras provavelmente oferecerão velocidades de internet móvel de mais de 10 gigabytes por segundo, 100 vezes mais rápido do que as redes atuais. Isso permitirá fazer downloads de filmes de alta definição quase instantaneamente, mesmo se você estiver se movimentando de um lugar para outro.

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De acordo com empresas globais de tecnologia e telecomunicações que vêm gastando bilhões de dólares, combinados, na nova tecnologia sem fio:

- Com o 5G, baixar filmes de longa duração levará menos de cinco segundos.

- Com o 4G, essa operação leva cerca de oito minutos

A tecnologia 5G não será barata. As operadoras e fabricantes terão de instalar novo hardware, como torres de celulares em áreas rurais e minúsculos pontos de Wi-Fi em áreas urbanas muito densas para atingir a meta de 10 gigabytes por segundo. E terão de depender cada vez mais de software sofisticado para gerir o esperado salto exponencial no tráfego de dados móveis. Assim, do mesmo modo que as contas pagas pelo uso do celular pelo usuário aumentam à medida que ele assiste a mais vídeos e acessa outros tipos de entretenimento em seu celular, as operadoras pretendem cobrar um valor extra pesado por esses novos serviços ultrarrápidos.

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Conectados. A tecnologia 5G não tem a ver apenas com velocidade. As empresas também estão se preparando para milhões de novos dispositivos sem fio — como os relógios inteligentes e outros produtos vestíveis, além de sensores embutidos em produtos industriais, a serem conectados à próxima geração de redes celulares.

Esses dispositivos não usarão muitos dados (um sensor colocado em uma rodovia, por exemplo, necessitará enviar apenas pequenos volumes de informação digital pela rede com frequência). Mas quando combinados, essas centenas de milhões — potencialmente bilhões — de novos sensores exigirão uma conectividade quase universal, a capacidade de ficar online não importa onde você estiver, obrigando as operadoras a estender suas redes para praticamente todos os pontos de um país.

Estes dispositivos potencialmente serão uma nova importante fonte de renda para as operadoras em todo o mundo. Muitas delas, particularmente na Europa, acham difícil cobrar mais dos clientes pelo uso aumentado de dados móveis. Mas se elas conseguirem convencer empresas em setores como assistência médica, como também conglomerados industriais como General Electric, a subscreverem os novos serviços de internet móvel que conectam minúsculos sensores à internet, então conseguirão uma nova fonte de lucro.

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Se a tecnologia 5G oferece velocidades ultrarrápida no caso da internet móvel, então por que se preocupar com a rapidez com que um dispositivo se comunica com outro? Não deve. E à medida que as atuais redes móveis oferecem a chamada latência, ou tempo de resposta digital, de cerca de 50 a 80 milissegundos (tempo que leva para uma página na Web ser carregada em seu smartphone), reduzir essa velocidade a um mero milissegundo — objetivo de muitas empresas no caso do 5G — talvez não acrescente muito à atividade do usuário em termos de comunicação por celular.

Mas essa resposta extremamente rápida será essencial para muitos dos novos serviços que serão oferecidos nas redes 5G. Um exemplo excelente são os carros que não precisam de condutor. Estas máquinas terão de se comunicar em tempo real com tudo à sua volta para evitar ciclistas e outros obstáculos. Isto só ocorrerá se as operadores oferecerem uma latência de um milésimo de segundo, algo que pode se tornar um salva-vidas se os carros autônomos se tornarem realidade.

/TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

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