Conheça os robôs criados para fazer as unhas

Há startups que estão usando a tecnologia para pintar unhas

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Por Ellen Rosen
Atualização:
Startups de robótica estão prontaspara pintar as unhas Foto: James Yang/The New York Times

Robôs já são capazes de executar diferentes tarefas, e agora começam a botar as mãos num mercado que parecia intocável:  aplicar esmalte de unhas de maneira perfeita. As startups do ramo, Clockwork, Coral e Nimble, desenvolveram tecnologias diferentes, e modelos de negócios diferentes, para oferecer às clientes a possibilidade de mudarem rapidamente a cor das unhas.

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Porém, ainda não é hora de desistir do seu salão favorito. Embora as três companhias tenham conseguido financiamentos externos substanciais, as engenhocas ainda estão sendo testadas e melhoradas para serem lançadas. E nenhuma das três está oferecendo um tipo de manicure completo, como o dado em um salão de beleza, com modelagem e polimento. No entanto, elas poderão revolucionar o crescente mercado do cuidado das unhas.

Enquanto setor do mercado, este é um negócio que vale a pena acompanhar. De acordo com as estimativas, o mercado de cuidado com as unhas chega a aproximadamente US$ 10 bilhões, e poderá chegar a US$ 11,6 bilhões até 2027. Embora o tamanho do mercado de esmaltes em particular ainda não tenha sido calculado, os investidores o consideram bastante atraente. Como disse Julie Bornstein, fundadora do aplicativo de compras Yes, que investiu no Clockwork, a ideia faz sentido porque ir na manicure é algo que toma tempo. “Pessoalmente, não gosto de gastar 40 minutos indo num salão de beleza”, explicou.

A tecnologia incorpora algum hardware - como um braço robótico em alguns casos - para pintar as unhas, com um software baseado no aprendizado da máquina para distinguir a unha e a pele do dedo ao redor. Cada companhia usa uma abordagem diferente, mas essencialmente se baseia na digitalização de milhares de formatos de unhaspara criar um banco de dados. As câmeras de que os dispositivos dispõem tiram fotos das unhas do usuário, processo repetido cada vez que é feito o manicure, mesmo que seja na mesma pessoa. Durante o desenvolvimento, as trêstentaram minimizar o número de peças que se movem e basear-se mais no software, porque as peças móveis podem quebrar com o tempo.

A Clockwork é a primeira a entrar no mercado, ainda que de maneira limitada. Recentemente, a companhia abriu um espaço no Marina District de San Francisco, uma localização temporária que deverá permanecer aberta por pelo menos seis meses. As clientes desembolsarão US$ 7,99 para testar o dispositivo, que é um pouco maior do que um micro-ondas. O lançamento informal ocorre depois de teste feito em 2019 com funcionárias do Dropbox, onde os fundadores Renuka Apte e Aaron Feldstein se encontraram pela primeira vez. (Na época, as duas companhias estavam localizadas a poucos quarteirões de distância uma da outra.)

O lançamento informal é o produto de quatro anos de trabalho. Apte e Feldstein abriram inicialmentesua companhia em 2017, disse Apte, depois de analisar 70 ideias antes de se fixarem no que eles chamaram de “minicures”.

O dispositivo tabletop, destinado a lojas, escritórios e complexos de apartamentos, mistura visão computacional e inteligência artificial para pintar unhas. Em vez de usar um braço robótico, sua máquina tem um suporte que usa uma tecnologia mais antiga que se baseia nos movimentos multiaxiais para a aplicação do esmalte.

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Eles escolheram o nome Clockwork para a empresa, que é um jogo de palavras que mescla a tendência a fazer unhas regularmente e a complexidade técnica de um relógio. Os dois trabalharam sem nenhuma remuneração até o final de 2019, quando garantiram US$ 3,2 milhões na sua primeira rodada de captação de recursos.

A Coral, outra companhia que tenta revolucionar o setor dos salões de beleza, conseguiu US$ 4,3 milhões em financiamentos mais ou menos no mesmo período. Mas Bradley Leong, o diretor executivo e um dos fundadores da empresa, disse que como não conseguiram baixar o preço do dispositivo até onde esperavam em sua versão atual, decidiram produzir uma máquina semirobôtica para reduzir o custo.

A Nimble incorporou visão computacional para trabalhar com a inteligência artificial e um braço robótico para produzir manicures simples, de 10 minutos de duração em um aparelho parecido com uma torradeira. Para popularizar o nome da marca, a companhia, que nasceu em Tel Aviv, mas hoje está sediada em Nova York, recentemente realizou uma campanha no Kickstarter e também garantiu um financiamento inicial de US$ 10 milhões.

Perda de empregos

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Quanto à robótica, há a inevitável questão da possibilidade da perda de empregos para as máquinas. Segundo a Agência de Estatísticas de Empregos, em 2019 havia 155.300 pessoas empregadas como manicure. O salário médio era de US$ 27.870 ao ano ou US$ 13,40 a hora (sem as gorjetas). Se não houver desacelerações no mercado, espera-se um crescimento médio de 19%.

Nenhuma das máquinas futuristas faz a modelagem das unhas, de modo que parte do serviço do salão não será eliminada. Os fundadores das startups não imaginam que os robôs roubem emprego dos trabalhadores porque não substitui uma manicure completa. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

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